Thursday, June 29, 2006

Dia - 247

(A)Deus
Eu vou-me embora.
Não me apetece, para já, escrever mais.
O blog fica.
Acho que Deus existe, afinal.
E onde está Deus?
Talvez cá dentro.

Friday, June 23, 2006

Dia -242

Estou...
... um bocado angustiada.
Espero não ter qualquer razão, ou pelo menos pouca,
esta minha angústia.

Thursday, June 22, 2006

Momento de Intervalo...

Não é Preciso...
... pedires desculpa de nada.
A ti sempre te desculparei tudo.
Mesmo o que não tem razão para pedidos de desculpa.
Pensei que soubesses isso.
Ao menos isso.

Dia -241

Alors vraiment, avec le temps… On n'aime plus



Avec le temps,
avec le temps, va, tout s'en va,
on oublie le visage
et l'on oublie la voix,
le cœur quand ça bat plus,
c'est pas la peine d'aller chercher plus loin.
Faut laisser faire, c'est très bien.

Avec le temps,
avec le temps, va, tout s'en va.
L'autre qu'on adorait,
qu'on cherchait sous la pluie ;
l'autre qu'on devinait au détour d'un regard entre les lignes,
entres les mots et sous le fard d'un serment maquillé
qui s'en va faire sa nuit ;

avec le temps tout s'évanouit...
Avec le temps, avec le temps, va, tout s'en va.
Même les plus chouettes souvenirs,
ça t'a une de ces gueules.
A la galerie "J'farfouille" dans les rayons de la mort,
le samedi soir quand la tendresse s'en va toute seule.

Avec le temps,
avec le temps, va, tout s'en va…
L'autre à qui l'on croyait, pour un rhume, pour un rien.
L'autre à qui l'on donnait du vent et des bijoux ;
pour qui l'on eût vendu son âme pour quelques sous.
Devant quoi l'on s'traînait comme traînent les chiens.

Avec le temps, avec le temps, va,
tout s'en va…
On oublie les passions et l'on oublie les voix
qui vous disaient tout bas, les mots des pauvres gens :
"Ne rentre pas trop tard, surtout ne prends pas froid".

Avec le temps,
avec le temps, va, tout s'en va et l'on se sent blanchi
comme un cheval fourbu et l'on se sent glacé
dans un lit de hasard et l'on se sent tout seul,
peut-être, mais pénard.
Et l'on se sent floué par les années perdues.
Alors vraiment, avec le temps…
On n'aime plus


(Léo Ferré)

Wednesday, June 21, 2006

Dia -240

Arrogância
É um bocado triste ver em ti essa arrogância.
Talvez tenhas razão.
Não te conheci nunca.
Não costumo ter queda para gajos arrogantes.

Tuesday, June 20, 2006

Dia -239

Por isso...
... é melhor assim.

Monday, June 19, 2006

Dia -238

Provavelmente, sim
(é verdade,
que viveremos)

Sunday, June 18, 2006

Dia -237

Este Gato (também) Era Meu
(na medida em que um gato pode ser de alguém)

Blacky (1990 - 2006)

Saturday, June 17, 2006

Dia -236

As Aulas
Talvez seja um bocado deprimente.
Ser sábado.
E eu ter dado aulas das 10h até às 19h.
Ter gasto vários dias, até de madrugada a prepará-las.
(Acrescento: sem ninguém me pagar mais por isso)
Mas às vezes, há coisas pequeninas
que retiram o lado deprimente a isto
(bom, não estou certa se terá mesmo um lado deprimente, mas talvez pareça).
Como dizerem-me: se todos os professores fossem como a professora!
Ou em oito alunos, três quererem fazer as teses comigo.
Ou, como outro dia, noutra Universidade.
Vários alunos, no fim,
me terem agradecido muito
a aula que lhes dei
(sem que eu os fosse avaliar).
Sometimes, I love my life.
Sometimes I love my work.

Dia -235

Com um Brilhozinho nos Olhos
é que hoje fiz um amigo
e coisa mais preciosa
no mundo não há
(Sérgio Godinho)

Thursday, June 15, 2006

Dia -234

Destroço Recuperado...
...de Uma Carta Muito Antiga
Não que ele fosse um homem maravilhoso,
era apenas um homem,
mas deu-me
uma dimensão
de mim, de tudo,
que eu não tinha.

Dia -233

Escapismo
Disse Pacheco Pereira que a febre que nos acomete
(nos, aos portugueses)
(quer dizer, a vocês, a eles, a mim não)
nas alturas de grandes eventos desportivos
(quer dizer, de futebol)
(haverá outro desporto? A acreditar nos 'media' não há)
chama-se escapismo.
Em vez de sentirmos
(sempre)
que pertencemos a um país
(portugal)
sentimos que fazemos parte de uma equipa
(a selecção portuguesa).
E o nosso orgulho nacionalista
(nosso não, vosso ou deles... tudo menos meu)
esgota-se nisso.
Se a nossa
(quer dizer, a vossa, ou a deles, tudo menos minha)
selecção perder o campeonato
não seremos portugueses.
Apenas derrotados.
E é isto que nos define
(antes de tudo o resto)
como povo.
Não somos portugueses sempre.
Somos escapistas.
Entusiastas momentâneos.
(enquanto estamos a ganhar).
Quando perdermos.
Diremos mal de tudo e de todos.
Principalmente do treinador.
E do governo.
(não é o mesmo, embora às vezes pareça).
Tiraremos o orgulho
que pendurámos à janela
(quer dizer, vocês, eles, eu não pendurei nada e nada tenho para tirar)
e cabisbaixos voltaremos
a ser tristes.

É o que se pode chamar
patriotismo de merda.

Tuesday, June 13, 2006

Dia -232

Repetição
Vejo o que escreves.
E o que escreves.
Mesmo com outra destinatária
(ou talvez sem nenhuma).
É igual.
Estranhamente igual.
Ao que escrevias antes.
Para mim.

Dia -231

Entender
As palavras não fazem o homem compreender,
é preciso fazer-se homem para entender as palavras.
(Herberto Helder)

Sunday, June 11, 2006

Dia -230

Prazer
«Ai que prazer
ter um livro para ler
e não o fazer...»

Saturday, June 10, 2006

Friday, June 09, 2006

Dia -228

A Verdade...
... é que até para respirar,
me fazes falta.

Thursday, June 08, 2006

Dia -227

Destinatários
Por vezes. Eu escrevo a pensar em alguém.
E vem outra pessoa e pergunta:
escreveste aquilo para mim?
A comunicação é uma coisa tramada.

Wednesday, June 07, 2006

Dia -226

O Ponto
Vens aqui picar o ponto.
Não pontualmente
como se deve.
Picar.
O ponto.
Mas vens.
Ponto.

Tuesday, June 06, 2006

Dia -225

O Namoro
Alguém me disse
namorar é desnecessário.
Bom, com a minha idade.
E o resto.
(Mais o resto que a idade).
Depois de pensar por um bocado.
E dormir sobre o assunto.
Até sou capaz de concordar.

Monday, June 05, 2006

Dia -224

Domingo
Pois. Acabou o Domingo. São 1:01.
Leio o que escreves.
Há uma coisa repetida, pelo menos dessa recordo-me.
Que já estava antes. No princípio.
Mas ocorre-me que estejas apaixonado.
Não sei bem se gosto disso
(não tenho que gostar ou não gostar).
Sentei-me na varanda hoje.
À hora que o sol começa a descer.
Para as bandas do mar.
Que se vê (um bocadinho) daqui.
Lembrei-me da expressão que fazias.
Quando a uma hora parecida o sol te batia em cheio na cara.
Na minha varanda.
Lembrei-me disso.
E fiz a mesma expressão que fazias.
Mas não aconteceu nada.
Era Domingo.
Continuou a ser.

Sunday, June 04, 2006

Dia -223

Balanço
Cento e vinte sete testes para corrigir.
Aliás, duas perguntas
em
c e n t o
e
v i n t e
s e t e
testes
para corrigir.
Não posso fazer mais nada até ter visto todos os testes.
Bah.
Sometimes I Hate My Life.
(A boa notícia é que já dei um 19. A má notícia é que já dei um 0)

Saturday, June 03, 2006

Dia -222

Today, I feel this way
(a alegria é o que nos torna os dias úteis...
... o prazer é o que nos torna os dias raros...)
Dias úteis
às vezes pretextos fúteis
pra encontrar felicidade
no percurso de um só dia
Dias úteis
são tão frágeis as verdades
que se rompem com a aurora
quem as não remendaria?
Dias úteis
mesmo se a dor nos fizer frente
a alegria é de repente transparente
quem a não receberia?
Mesmo por pretextos fúteis
a alegria é o que nos torna os dias úteis
Dias raros
aqueles que por amparos
do bom senso e da imprudência
fazem os prazeres do dia
Dias raros
como os ares, rarefeitos
amores mais do que perfeitos
quem os recomendaria?
Dias raros
em que os mais dados às rotinas
ouvem sinos, seguem sinas cristalinas
quem as não perseguiria?
Por motivos talvez claros
o prazer é o que nos torna os dias raros
Por pretextos talvez fúteis
a alegria é que nos torna os dias úteis
Por motivos talvez claros
o prazer é o que nos torna os dias raros
Por pretextos talvez fúteis
por motivos talvez claros
Sérgio Godinho - Dias Úteis in 'Domingo no Mundo'
Se quiserem ouvir a belíssima música sigam o único link que encontrei
e que a contém toda:

Friday, June 02, 2006

Dia -221

Esquece Tudo O Que Te Disse
Esquece tudo o que te disse
leva as promessas que fiz.
Manter este amor, é pura tolice
se teu coração nunca o quis.
O nosso lar não tem futuro
já não me queres na velhice.
Quebraste a jura, ergueste um muro
esquece tudo o que te disse
Estas lágrimas que choro,
são o princípio do fim.
Rogo aos céus
meu Deus imploro:
leva o homem que adoro
para bem longe de mim.
Esquece o que te disse
leva as promessas que fiz.
Quebraste a jura, ergueste um muro.
Esquece tudo o que te disse.
(Azembla's Quartet - Esquece tudo o que te disse, banda sonora original do filme com o mesmo título de António Ferreira)

Thursday, June 01, 2006

Dia -220

Late Night Show
Duzentos e setenta testes para corrigir.
D u z e n t o s
e
s e t e n t a.
Testes.
Para corrigir.