Monday, October 30, 2006

Dia -370

Os Alunos, essas fontes inesgotáveis de alegria
A professora é tão bem humorada
que eu não lhe dava mais de 25 anos.

Sunday, October 29, 2006

Dia -369

Uma Ideia Gira
Dizes-me que o amor não pode ser uma ideia gira.
Ou uma ideia sequer.
Porque não?
Eu não o amo.
Nem sequer estou apaixonada.
Mas posso ter essa ideia.
E achar que é uma bela ideia.
Mas não passa disso.

Thursday, October 26, 2006

Dia -366

Os muros e as lágrimas e o resto


Dia -365

Um Ano...

... Over the Rainbow*...


... a contar as pétalas das flores que seguem o sol.
Um ano são trezentos e sessenta e cinco dias.
Não é muito.


(* Keith Jarrett, pois claro)

Wednesday, October 25, 2006

Dia -364

Os meus parabéns, Carla.
Por saberes ouvir tão bem o sorriso dos pássaros.

Monday, October 23, 2006

Dia -363

As Coisas Extraordinárias (I)
O olhar que nos deitam os outros.
Quando não nos reconhecem.

Friday, October 20, 2006

Dia -360

Eu gosto do blog da Zazie.

Thursday, October 19, 2006

Dia -359

Eu...
... às vezes.
Sou brilhante.
Caraças!

Wednesday, October 18, 2006

Dia -358

Não sou o Astérix mas...*
... eu acho que o céu vai acabar por nos cair em cima da cabeça.
*... tenho pena, sim, ok.

Monday, October 16, 2006

Dia -357

Sapos
Eu gosto mais de sapos que de príncipes.
Os sapos, ao menos, não desapontam ninguém.
São verdes. Coacham. Saltam. E têm olhos esbugalhados.
Já os príncipes têm tão pouco de encantados como os sapos.
E, normalmente, são muito menos encantadores.

Dia -356

Anúncio
«(...) mulher desembaraçada
quer viver com alma irmã
de quem não seja criada
de quem não seja mamã (...)»
(Sérgio Godinho, pedacinho da letra de Etelvina)

Sunday, October 15, 2006

Dia -355

O Desconto
Hoje num cinema da Lusomundo (sim, sim, aqueles cinemas grandes, com muitas salas, onde vão imensas pessoas, todos os dias) fizeram-me um desconto.
Em vez de pagar os habituais 5 euros e 20 cêntimos, paguei 4 euros.
Quando perguntei: mas enganou-se ou o preço dos bilhetes baixou?
O moço olhou para mim e disse: não baixou nada, eu é que lhe estou a fazer um desconto.
Um desconto? perguntei eu, praticamente incrédula. Mas porquê?
Porque vem cá muitas vezes, respondeu.
Quando eu lhe perguntei como era possível, entre tanta gente, ele lembrar-se que eu ia lá muitas vezes, respondeu: ora, lembro-me da sua cara!
Genial, hein?

Friday, October 13, 2006

Dia -354

Os corações bonitos, são os que...
...por un minuto de vida breve
única de ojos abiertos
por un minuto de ver
en el cerebro flores pequeñas
danzando como palabras en la boca de un mudo.
Alejandra Pizarnik (recebido por email)

Thursday, October 12, 2006

Dia -353

Uma Estranha Transferência
Folgo em anunciar que o meu terçolho diminui a olhos vistos
(bom... pelo menos o meu olho esquerdo já (se) vê bem).
Mas parece-me que está a acontecer um fenómeno de transferência esquisito:
há medida que o terçolho diminui, aumenta a borbulha que tenho do lado direito da cara.
Será que nunca posso ter uma aparência normal? Apre!

Wednesday, October 11, 2006

Dia -352

Jacinta
Tudo pode ser jazz... até as canções que nos habituámos a ouvir como outra coisa qualquer.
E isso está muito bem.
O que não pode ser... e por isso é que não gosto muito do Day Dream, da Jacinta, nem gostei do seu concerto de hoje.... é pegar em standards absolutamente fabulosos, como o Monk's Dream ou o In a Sentimental Mood e dar-lhes uma letra (e um título) perfeitamente patética.
Quer dizer, tenham dó.

Dia -351

Como...
... é que isto desaparece?
Quer dizer eu ponho a pomada que me receitaram e tal...
mas como (e quando) é que esta coisa desaparece do meu olho, hein?

Monday, October 09, 2006

Dia -350

Terçolho
Ai ai... era mesmo o que me faltava...
Meu pobre olho esquerdo.
Inchado e vermelho.
E tudo por causa do Staphylococcus aureus.

Wednesday, October 04, 2006

Dia -345

Poema de Um Funcionário Cansado

A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de empregado
Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço?
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo numa só noite comprida
num quarto só.
António Ramos Rosa

Tuesday, October 03, 2006

Dia -344

Nem eu, nem eu
«E, não me agradando, também não me desagrada por aí além a ideia de não passarmos de projecções infinitas do mesmo vazio. Não sei que te diga. »
(recebido de alguém dado a melancolias e metafísicas bastantes, por email, hoje)

Dia -343

Claramente*
(Luís Januário n'A Natureza do Mal)
*Como em claro. Ou claridade.

Sunday, October 01, 2006

Dia -342

Eu Tive...
... pois tive,
o sol
à minha frente.
A imensidão de
luz
deve ter-me cegado.

Dia -341

É Grave?
Eu não tenho saudades de pessoas.
Eu tenho é saudades de situações.