Wednesday, May 31, 2006

Dia -219

Dilatação
O calor dilata os corpos.
Vou explodir no ar.
Odeio o Verão!

Tuesday, May 30, 2006

Dia -218

(há um link aqui)
Há demasiadas coisas dentro de mim.
Demasiadas pessoas.
Demasiadas vidas.
Demasiadas mortes.
Tenho de escrever qualquer coisa.
Mesmo mal.
Mesmo demasiado.
Se não.
Rebento.
Ou vivo.
Ou morro.
Ou assim.

Monday, May 29, 2006

Dia -217

O Desamparado Desespero
Descubro isto, pronto a usar,no blog da CGR.
Conhecia este desespero. Mas nunca o tinha encontrado.
Assim.
Tão pronto a usar.
Este desespero é hoje. Também o meu.
E tão antigo.
Nada mais triste que alguém que ama.
Nada mais triste que alguém que amando.
Não tem já qualquer possibilidade de ser amado.
«Que será de mim?....e que queres tu que eu faça?...
Vejo-me bem longe de tudo o que tinha imaginado!
(...)
Não sei nem o que sou, nem o que faço, nem o que desejo...
Mil tormentos contrários me despedaçam!...
Quem poderá imaginar um estado mais deplorável?...
Amo-te como uma perdida, e modero-me ainda assim contigo, até não ousar talvez desejar-te as mesmas tribulações, os mesmos transportes que me agitam...
Matar-me-ia, ou a não fazê-lo, morreria de dor, se estivesse certa que nunca tinhas repouso, que a tua vida era uma contínua desordem e perturbação, que não cessavas de derramar lágrimas, e que tudo aborrecias...
Eu não me sinto com forças para os meus males, como poderia suportar a dor que me causariam os teus, mil vezes mais penetrantes?...
Contudo não posso do mesmo modo resolver-me a desejar que não me tragas no pensamento, e para falar-te sinceramente, sinto com furor ciúmes de tudo quanto possa causar-te alegria; comover ä teu coração, e dar-te gosto (...)
Ignoro por que motivo te escrevo...
Vejo que apenas terás dó de mim, e eu rejeito a tua compaixão, e nada quero dela;
Enfado-me contra mim mesma, quando faço reflexão sobre tudo o que te sacrifiquei...
(...)
Parece-me até não estar contente, nem das minhas mágoas, nem do excesso de meu Amor, ainda que, ai de mim! não possa, mal pecado, lisonjear-me de estar contente de ti...
(...)
Se eu te amasse com aquele extremo que milhares de vezes te disse, não teria eu já de longo tempo cessado de viver?...
Enganei-te... tens toda a razão de queixar-te de mim... Ah ! por que não te queixas?...
Vi-te partir; nenhumas esperanças posso ter de mais ver-te. E ainda respiro!...
É uma traição...
Peço-te dela perdão.
Mas não mo concedas...
Trata-me rigorosamente.
Não julgues os meus sentimentos veementes...
Sê mais difícil de contentar...
Ordena-me nas tuas cartas que morra de Amor por ti...
(...)
Um fim trágico obrigar-te-ia, sem dúvida, a pensar muitas vezes em mim...
A minha memória te seria cara, e quiçá esta morte extraordinária te causaria uma sensível comoção.
E a morte não é porventura preferível ao estado a que me abaixaste?...
Adeus!
Muito quisera nunca haver posto os olhos em ti.
Ah! sinto vivamente a falsidade deste sentimento, e conheço neste mesmo instante em que te escrevo, quanto prefiro e prezo mais ser infeliz amando-te, do que não te haver jamais visto.
Cedo sem murmurar à minha malfadada sorte, já que tu não quiseste torná-la melhor. Adeus.
Promete-me de conservar uma terna e maviosa saudade de mim, se eu falecer de dor; e assim possa ao menos a violência da minha paixão, inspirar-te desgosto e afastar-te de tudo!
(...)
Dize, não seria nímia crueldade a tua, se te servisses da minha desesperação para, pareceres mais amável, mostrando que acendeste a maior paixão que houve no mundo?
Adeus outra vez...
Escrevo-te cartas excessivamente longas, o que é uma falta de consideração para ti: peço-te mil perdões, e atrevo-me a esperar que terás alguma indulgência para com uma pobre insensata, que o não era, como tu bem sabes, antes de amar-te.
Adeus.
Parece-me que demasiadas vezes me dilato em falar do estado insuportável em que estou.
Contudo agradeço-te, do íntimo do meu coração, a desesperação que me causas, e aborreço o sossego em que vivi antes de conhecer-te...
Adeus.
A minha paixão cresce a cada momento.
Ah! quantas cousas tinha ainda para dizer-te!...»
(Soror Mariana Alcoforado - Terceira Carta in Lettres Portugaises)

Sunday, May 28, 2006

Dia -216

Uma Revelação
(porque estou a precisar de afagos no ego.
Ou simplesmente de festinhas na cabeça)
Caro e amável leitor:
Esta de que se fala no texto mais abaixo sou eu.
Eu sou a LiZZie
(por causa do Azul que acha que os Z's, como no JaZZ devem fazer parte do meu nome).
E eu sou a Elisa.
(porque é o diminutivo mais simpático do meu nome).
Sou ainda outras pessoas de quem nunca ouviram falar.
(Nem eu).
Obrigada Rosmaninho pelo afago aqui transcrito.
(Não foste tu que te ausentaste. Fui eu que deixei que te ausentasses):
«Shame on me
Conheci-a, há 4 ou 5 anos, já não interessa como. O que conta é que percebi, no meio do grupo em que a encontrei, que havia qualquer coisa de especial na Elisa. Na atitude, na inteligência, na presença... Depois de um único e breve encontro, circunstâncias inesperadas fizeram com que me afastasse daquele grupo, daquelas andanças e o contacto perdeu-se. Perdemo-nos uma da outra, por culpa minha, até há cerca de alguns meses atrás, quando a reencontrei por aqui.Novamente, o fascínio, a admiração, o orgulho de já ter conversado com alguém assim, bem como uma pontinha de inveja (da boa, claro) de tanta arte numa pessoa só. Esta tarde, ao passear pelos blogs vizinhos, dei com um
Cheers à Elisa e ao seu Bebedeiras de Jazz, e ao passar pelos comentários, critiquei-lhe a modéstia. Ela respondeu-me com um "menina simpática" e relembrou-me o café prometido há tanto tempo.E eu respondo-lhe agora, aqui, que terei, não todo o gosto, nem todo o prazer, mas o maior orgulho em reencontrá-la.
Desculpa-me a ausência, Elisa, e até já.»
E obrigada à Blahblah pelo 'cheers' imerecido.
(E não me venham dizer, que depois disto sou modesta.
Estendi aqui o meu ego agradecido.
E fizeram-me bem, caraças, estes afagos!)

Saturday, May 27, 2006

Dia -215

Um vai nu. Outro também
Gosto de ti. Pronto.
Ponto.

Friday, May 26, 2006

Dia -214

A Depressão Suspensa*
Também eu me encontro em estado pré-depressionário.
Se isso existe. É tal e qual assim que me encontro.
Basta qualquer coisa. Neste momento.
Para desencadear uma entrada triunfal no profundo reino.
Dos que não se interessam por nada.
Dos que só querem dormir.
Dos que não vêem razões para se levantar.
Dos que choram lágrimas brutais.
Dos que não sabem a razão e nem querem saber.
Basta qualquer coisa.
Uma certa música que se ouve inesperadamente.
Ou mesmo propositadamente.
Até à náusea.
Uma certa frase que ouvimos.
Porque nos disseram.
E não nos sai da cabeça.
Uma qualquer coisa. Será agora bastante.
Para entrar nesse turbilhão de nadas.
Para mergulhar no mais profundo vazio.
*João desculpa o uso e abuso. Tu já sabes que sou uma ladra de expressões.
Mas na realidade, a minha sorte é que não tenho tempo . Nem vida.
Para entrar em depressão.
Só para a sentir pairar. Suspensa.
Estranho paradoxo.

Dia -213

Ler(-Te)
Por que me lês? Perguntas-me.
Porque me lês quando há tantos livros por ler?
Eu leio-te porque escreves.
Com as entranhas.
Eu leio-te porque tens frases.
Impossíveis.
Para onde se olha.
Se torna a olhar.
E se olha novamente.
À espera que se esgote o espanto.
Ou se confirme o assombro.
Ou nos passe pela cabeça
foda-se!
Percebes, agora, porque te leio?
E ler-te não exclui que eu leia esses outros livros. Por ler.
E não coloco aqui quem és, porque não te pedi autorização para o fazer. Pois.
E entretanto, acusas-te e eu faço o link.

Thursday, May 25, 2006

Momento de Intervalo...

... com vacas à vista
Eu gostei de ver a minha cidade invadida pelas Vacas.
Umas falam da vida. Outras de sonhos.
Outras do amor.
Outras de coisas concretas.
Aqui estão as minhas preferidas.





Vaca Enamorada - Marquês de Pombal


Vaca Noite e Dia - CC Colombo



Vaca Pessoana - Largo do Rato


Os Gatos da Vaca Preta - Rua do Carmo


Clowds - Aeroporto

Dia -212

Ó Pá!
(momento de imodéstia, vaidadezinha e tal...)
Eu não mereço. Que me citem assim.
Em outros blogs.
Surpreende-me que os outros.
Achem que o que escrevo merece estar assim.
Citado. Nos sítios deles.
Não exactamente o que Eu escrevo.
Mas o que a Outra, a que não sou eu. Escreve.
Talvez essa Outra escreva realmente bem.
Mas talvez o faça só porque tem um coração surdo.
Tão mouco que não houve o que lhe dizem.
E, surdo, deixa-se invadir pela tristeza.
E a tristeza. Já se sabe.
É o melhor veículo (que eu conheço) para a escrita.
Mesmo daqueles que. Como Eu. E como a Outra.
Carecem de talento especial.
Para escrever.
Ou para viver.
O que, por vezes, é o mesmo.

Wednesday, May 24, 2006

Dia -211

An so it is
O fim é o fim é o fim. E depois?
O fim é apenas o fim.
Mas eu não gosto de fins.
Confesso. Faço tudo.
Quase tudo.
Por um fim qualquer.
E depois?
Fico a remoer no fim.
A pensar no antes. No durante.
A desejar. Quase ardentemente.
Que o fim volte a ser princípio.
E o melhor.
É que costuma ser.

Tuesday, May 23, 2006

Dia -210

Ser Uma Cabra
(tem algumas vantagens...)
'A mim nunca nenhum homem me deixou
por uma coisa tão prosaica
como outra mulher'*
Ora bem!
*frase de Alma, no filme Os Inconscientes de Joaquín Oristrell.
A estrear, brevemente, talvez numa sala perto de si

Monday, May 22, 2006

Dia -209

A Estúpida Ironia
Chego a Lisboa. Ontem. Sábado. Exactamente às 16:15.
Se fosse propositado, não seria tão estupidamente irónico.
Mas assim?
Não houve nenhum girassol à minha espera.
O local era o exacto.
A hora era a exacta.
Apenas uma pétala abandonada.
Num caderno de apontamentos.
Onde aponto também flores.
Ou o que delas (me) resta.
E uma etiqueta colada numa folha.
Que (ainda) me diz: Amo-te.
Numa espécie de grego.

Sunday, May 21, 2006

Dia -208

Contradições
É assim tão pouco humano
Tão pouco digno
Tão pouco saudável
Ter tendência para
dizer
e
contradizer?

Saturday, May 20, 2006

Dia -207

As Touradas
O touro é vítima ou lutador?*
Quer dizer... neste contexto... alguém tem dúvidas quanto à resposta?
Ou melhor.
Isto é realmente uma pergunta que se faça?
Ou ainda.
Se já sabe, por que é que pergunta?
*pergunta que vi agora mesmo na Sic Notícias.

Thursday, May 18, 2006

Dia -206

Frases do Caraças
Apesar do meu ateísmo.
Às vezes, de madrugada.
Quando o calor.
A saudade.
Os remorsos.
O arrependimento.
Ou apenas a solidão.
Me caem em cima.
Evidentes.
Também me ocorre.
Se Deus existe.
E se, a existir, não será somente qualquer coisa como o lado fresco.
Da almofada.

Dia -205

Absolutamente
Porque é que quando agora digo meu amor
não acontece absolutamente
nada?

Wednesday, May 17, 2006

Dia -204

As Coisas (uma vez) Feitas...
... ganham uma dimensão quase absoluta.
Porque não se pode simplesmente desfazer o feito?
Como quem faz malha e se engana e puxa os fios para desfazer o erro?
Porque é que a vida não é como o raio do tricot?

Tuesday, May 16, 2006

Dia -203

Iogurtes com moral...
Há uns iogurtes que têm provérbios.
Antes tinham frases lamechas.
Agora têm provérbios.
O meu iogurte de hoje dizia:
Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje!
Pelo sim pelo não, segui o conselho.
Nunca se sabe.

Sunday, May 14, 2006

Dia -202

A Pergunta a que ninguém (me) responde

Para onde vão os amores que foram um dia?

R.Guedes de Carvalho - Mulher em Branco

Saturday, May 13, 2006

Dia -201

Sábado, 16:15
Há dias e horas. Insuportáveis.

Dia -200

Azul
Eu tenho um amigo azul.
Que acha que eu sou bonita.
Que me quer bem.
Que me pede devagar. Coisas. Como.
'Não estejas triste'.
Que me abre a porta de casa.
Que chora das minhas lágrimas.
Que tem o coração pesado.
Quando o meu também pesa muito.
Eu tenho um amigo azul.
O azul é uma cor bonita.

Friday, May 12, 2006

Dia -199

O Tempo Perdido
Nada ficou. Aqui.
Quanto mais penso. Mais sei.
Que não acrescentaste nada.
Tiraste só algumas coisas.
Não deixaste praticamente nada.
Não sei onde estava com a cabeça.
Quando me atrevi a lamentar.
Só tempo perdido.
E eu que tenho tão pouco.
Raios me partam.
Tudo o que fiz contigo.
Podia ter sido feito.
Apenas comigo.
Sem perdas de tempo.
Sem ondas.
Sem nada.
Exactamente... sem nada, como ficou.
O que vale. É que ainda me tenho a mim.
E comigo. Eu nunca perdi o meu tempo.

Thursday, May 11, 2006

Dia -198

A Ironia
A suprema ironia é quando a faca que usas para ferir o outro
é exactamente a mesma faca,
(um tudo nada mais afiada)
que o outro usa
para te matar.

Wednesday, May 10, 2006

Dia -197

A Leveza
Que a vida te seja leve.
Que os dias te passem suaves.
Que as certezas cegas existam longe de ti.
Que as dúvidas te assaltem com frequência.
Que o amor te visite sempre.
Seja por quem for.
Seja como for.
Que a estranheza não te quebre os laços.
Que a incompreensão não faça morrer em ti.
Os sentimentos enormes.
Que a vida te seja leve.
Como a quero para mim.

Monday, May 08, 2006

Dia -196

O Mal
Por muito grande. Até enorme. Que o bem seja.
Ou tenha sido.
O mal sobrepor-se-á.
Sempre.

Sunday, May 07, 2006

Dia -195

Uma Parte da Razão
Irritabilidade.
Nervosismo.
Descontrole das acções ou emoções.
Agitação.
Raiva.
Insónia.
Dificuldade de concentração.
Letargia.
Depressão.
Sensação de cansaço.
Ansiedade.
Confusão.
Esquecimento frequente.
Baixa auto-estima.
Paranóia.
Hipersensibilidade emocional.
Ataques de choro.
(Sintomas psicológicos do SPM. Um dia os homens escolherão as mulheres pela inexistência destes sintomas. Eu tenho muitos deles)

Saturday, May 06, 2006

Dia -194

Como à espera do comboio...
...baixinho. Sem gritar.
Quando gritar contra o silêncio do comboio nos carris
é a única coisa que apetece.
Gritar contra esse silêncio.
Experimentar um grito. Assim.
Não gritar para que o homem dentro do comboio ouça.
Talvez para que não ouça.
Nem veja.
Porque já nem (ver) quer.
E o comboio aproxima-se sobre os carris.
Silêncio.
É um comboio exacto. Desta vez.
Aproxima-se.
De uma estação agora triste.
Como o Verão.
E quem vem dentro do comboio sabe.
Que parará na estação exacta.
E não. Coisa tão improvável. Mas já acontecida.
Numa paragem de autocarro.
Há uma mulher na estação exacta.
Parada. Como no Inverno.
Uma mulher cheia de frio.
Uma mulher perfeitamente inexacta.
Perfeitamente banal.
Que sabe que todos os seus gestos.
Não mudarão nada.
Há este sol brutal. Como ao meio-dia.
Há este frio inexplicável.
Como na madrugada.
Nem já os olhos serão exactamente verdes.
Nem já a pele exactamente faminta.
Nem já a voz exactamente música.
Nem já as mãos exactamente cheias.
Há esta solidão desamparada.
Como a solidão que deve haver na morte.
Dos que amaram.
Exactamente.
O verde de um olhar.
Exactamente.
A fome de uma pele.
Exactamente.
A música de uma voz.
Exactamente.
A plenitude de umas mãos.
Há esta mulher inexacta.
Quase inexplicável.
Que é já uma mulher qualquer.
À espera de um comboio.
Onde um homem exacto.
E (ainda) único.
Virá.
Para se transformará em memória.

Dia -193

A Carta
(que nunca te escrevi, nem nada)
Se eu soubesse a razão. Para a minha súbita loucura.
Saberia. Certamente.
Porque perdi o que julguei ter encontrado.
Em ti. Ou através de ti. Ou por ti.
Ou em mim. Por tua causa.
Se eu soubesse a razão. Se eu, ao menos a tivesse!
Saberia.
Que no teu amor por mim começaram largas avenidas.
Que se abrem agora essas avenidas.
Como estradas para lugar nenhum.
No fundo das avenidas que o teu amor abriu em mim não existe mais nada.
Nem a razão que eu queria saber.
Se eu soubesse a razão.
Para a minha súbita crueldade.
Para a minha súbita entrada do lado do que se não dirá nunca.
E nunca. E nunca. Menos ainda. A quem diz amar-se.
Se eu a soubesse.
Saberia talvez a matéria de que sou feita.
Saberia que há um universo indefensável.
Se eu soubesse a razão.
Do meu súbito desejo de te fazer mal.
Não o teria tido.
Tudo estaria como agora.
As avenidas abertas.
E ao fundo... uma razão para viver sem culpas.
Haveria a razão que outrora havia.
Se eu soubesse mexer nas coisas.
Saberia.
Que nada muda o amor que tive. E me tiveste.
Que nada transforma um ataque suícida.
Que nada muda que o amor que tive e me tiveste seja exactamente isso.
O amor. Que eu te tive. E me tiveste.

Thursday, May 04, 2006

Dia -192

Arder...
... na fogueira destas palavras.
Quem escreve como tu não deveria. Nunca. Fazer intervalos.
Sabes bem o que tens a fazer, quando tudo arde, não sabes?

Wednesday, May 03, 2006

Dia -191

A Perplexidade
Não. Não é. Ou será. Alguma vez. A paixão.
Que me deixa perplexa.
A paixão não.
É fácil pensar que estamos apaixonados.
As pessoas são tão interessantes.
O que me deixa perplexa é o Amor.
Ou seja. As pessoas conhecerem-se por dentro.
E por fora.
E ainda assim. Apesar disso.
Até mesmo por isso.
Serem capazes de se amar.

Tuesday, May 02, 2006

Dia -190

A Amiga Apaixonada
A minha amiga escreveu-me isto:
«Não fazes ideia. Ou até farás.
Se alguém pode fazer, será com certeza tu.
Tem sido fabuloso.
Algo que nunca julguei possível, ou pelo menos algo que já não julgava possível.
Um amor avassalador, enfim não nos precipitemos -
uma paixão avassaladora.
Um turbilhão, um ciclone que tudo arrasta
Mais uma vez fiquei contente.

Monday, May 01, 2006

Dia -189

Maio
O verão aproxima-se em grandes e quentes passos.
Toda a gente sabe que eu odeio o verão.