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Friday, June 08, 2007

Dia -591

O Riso
Partilhar o riso deve ser uma das melhores maneiras de aproximar as pessoas.
As pessoas que interessam, pelo menos.
Ou as que ainda sabem rir-se de si mesmas.
Ou seja. Justamente. As que interessam.

Sunday, June 03, 2007

Dia -586

Duh!!!
Ouvido, de passagem, a uma moça, na Feira do Livro de Lisboa:
ó pá... mas isto é só pessoas... e livros.
Que estaria a moça à espera de encontrar?

Thursday, May 10, 2007

Dia -562

Peoplespotting from a classroom
Eu observo.
É natural, por isso, que saiba o que ainda não me contaram.

Wednesday, May 09, 2007

Dia -561

Peoplespotting from a train

As paisagens são velozes além da janela.
As estações são pontuais.
Os mesmos beijos de namorados recentes.
As mesmas duas mulheres muito gordas sentadas nos bancos.
O homem, o mesmo, que não sabe onde pôr as mãos.
Até que lhe digo adeus.

Monday, November 20, 2006

Dia -390

Eu Olho Muito...
... para as pessoas que estão à minha volta, em qualquer lado.
Reparo em muitas coisas. No que fazem, como se vestem, no que dizem umas às outras.
(não, não sou apenas cuscuvilheira... foi assim que me tornei socióloga*)
Reparo frequentente que os elementos de um casal são, geralmente, muito semelhantes.
E é nessas alturas que penso que eu e o Dr. House temos imenso em comum.
Podíamos ser felizes. Lá isso podíamos.
(*sim, roubei a frase ao título de um conto do David Lodge, pronto)

Thursday, November 09, 2006

Dia -379

Eu não tenho paciência...
... para as pessoas estúpidas.
Embora ache que não há pessoas estúpidas.
Só pessoas que fazem coisas estúpidas.
Não estou convencida que seja o mesmo.
Talvez seja.
Às vezes também não tenho
paciência nenhuma
comigo.

Monday, October 16, 2006

Dia -357

Sapos
Eu gosto mais de sapos que de príncipes.
Os sapos, ao menos, não desapontam ninguém.
São verdes. Coacham. Saltam. E têm olhos esbugalhados.
Já os príncipes têm tão pouco de encantados como os sapos.
E, normalmente, são muito menos encantadores.

Thursday, September 28, 2006

Dia -338

O Tempo Passa...
... pois passa
e
nós somos apenas
dois velhos
sentados
num autocarro.

Wednesday, September 13, 2006

Dia -323

Que coisa é esta...
... que trago na cabeça?
Podia jurar, se jurasse,
que é o teu coração.
Um coração na cabeça!
Que coisa, esta!

Monday, September 04, 2006

Dia -315

Regressos (outra vez)
Não deixa de ser curioso que os primeiros olhos que encontrei
ao regressar
foram os teus.
Esses perigosos olhos.
E é curioso também ter sido hoje.
Hoje.
A primeira vez que falámos.

Wednesday, June 21, 2006

Dia -240

Arrogância
É um bocado triste ver em ti essa arrogância.
Talvez tenhas razão.
Não te conheci nunca.
Não costumo ter queda para gajos arrogantes.

Wednesday, June 07, 2006

Dia -226

O Ponto
Vens aqui picar o ponto.
Não pontualmente
como se deve.
Picar.
O ponto.
Mas vens.
Ponto.

Wednesday, May 03, 2006

Dia -191

A Perplexidade
Não. Não é. Ou será. Alguma vez. A paixão.
Que me deixa perplexa.
A paixão não.
É fácil pensar que estamos apaixonados.
As pessoas são tão interessantes.
O que me deixa perplexa é o Amor.
Ou seja. As pessoas conhecerem-se por dentro.
E por fora.
E ainda assim. Apesar disso.
Até mesmo por isso.
Serem capazes de se amar.

Tuesday, May 02, 2006

Dia -190

A Amiga Apaixonada
A minha amiga escreveu-me isto:
«Não fazes ideia. Ou até farás.
Se alguém pode fazer, será com certeza tu.
Tem sido fabuloso.
Algo que nunca julguei possível, ou pelo menos algo que já não julgava possível.
Um amor avassalador, enfim não nos precipitemos -
uma paixão avassaladora.
Um turbilhão, um ciclone que tudo arrasta
Mais uma vez fiquei contente.

Monday, April 24, 2006

Dia -182

O Perigo
Há olhares que nos atravessam.
Que entram cá dentro.
Não sei como.
Ou por onde.
Há olhares que, sabemos, não podem ser retribuídos.
Podia ser perigoso.

Monday, April 10, 2006

Dia -168

Conhecidos
Há demasiadas pessoas muito conhecidas.
Que não conhecem ninguém.

Tuesday, March 28, 2006

Dia -155

O (teu) Vazio
Nada a fazer quando o silêncio toma o lugar outrora ocupado. Pela música.
Nada a fazer quando a única coisa possível é fechar os olhos.
E voltar a abri-los para reconhecer que falhaste.
Outra vez.
Que ainda não. Que ainda não.
Que agora. Já. Não.
Já não sentes a música. Que foste assaltado pelo silêncio.
Quando antes todas as coisas se dissolviam na música.
Não quero que deixes de ouvir a música. Mas sei.
Que há silêncios que nos tomam.
Nada a fazer. Quando. A única coisa possível é reconhecer que ainda não.
Que. Agora. Já não.
Nada a fazer?

Monday, February 06, 2006

Dia -104

O Troglodita
«Sabes? Para mim há duas coisas muito importantes numa mulher».
«Ah sim? O quê?».
«Ora. Que há-de ser? Que seja boa na cama e que cozinhe bem!».
Fiquei na dúvida, ao ouvir isto, de passagem.
Ainda há gente que vive no tempo das cavernas?

Sunday, February 05, 2006

Dia -103

A Pele
Não gosto de ti. Quer dizer, não tenho nada contra ti. Mas...
não gosto do modo como pensas a vida. A política. As mulheres.
As coisas. As pessoas.
Não. Não gosto mesmo nada de ti. Mas...
seria possível, por favor, deixares ficar a tua pele?

Tuesday, January 24, 2006

Dia -92

A Condição Humana
Choras sozinho em frente ao televisor ligado. A tua vida resume-se ao ligar do televisor.
E a essas lágrimas. Sós. Não és nada. Sabes que nada és. Nada serás.
Apenas esperas alguém. Que substitua o televisor ligado. Uma voz que te diga. É isto.
É isto que deves fazer. Mas continuarás a chorar. Sozinho. Em frente àquela voz.
Em frente a outro ser humano. Ninguém te dará. O que já não tens. O que nunca tiveste.
O que nunca terás. Choras sozinho. Não há outra maneira. De chorar. Ou ser.
Para ti não há outra maneira.