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Tuesday, June 16, 2009

Dia -1331

Não sei...



o que hei-de fazer... hum... e agora?

Sunday, October 05, 2008

Dia -1072

A Song For You, Goodbye



I’ve been in so many places in my life
in time
I’ve sang a lot of songs
I’ve made some bad rights
I acted out my life on stages
With ten thousand people watching
But we’re alone and I am singing this song for you
I know your image of me
is what I hope to be
I treated you unkindly
but baby can’t you see?
There is no one more important to me
so can you please see through me?
cause we’re alone and I am singing this song for you
You taught me precious secrets of the truth
with holding nothing
you came out in front
and I was hiding
but now I am so much better
and if my words don’t come together
listen to the melody
cause my love’s in there hiding
cause my love’s in there hiding
I love you in a place
where there’s no space or time
I love you for my life
you are a friend of mine
And when my life is over
remember when we were together
we’re alone and I was singing this song for you
I’ll never forget you
I’ll never forget you
I’ll never forget how we promise one day
to love one another forever that way
we said we’d never say goodbye
but that was long ago
and you’d forgotten, I know
no use to wonder why
let’s say farewell with a sigh
and let love die
But we will go on living
our own way of living
so you take the high road
I’ll take the long
It’s time that we parted
it’s much better so
so kiss me as you go
Goodbye

Shirley Horn – A Song For You, Goodbye


Monday, October 22, 2007

Dia -726

As Mãos, os Dedos

Há gestos
como passares muito devagar
a ponta dos teus dedos
na minha cara demasiado branca
que me fazem querer ficar
para sempre
com as tuas mãos
marcadas
Gestos como o abraço
à porta da casa
que me fazem querer
para sempre
os teus dedos
como gritos de silêncio
apertados contra
as minhas costas cansadas
do peso das coisas
que nunca foram feitas
Há gestos
que se fazem
com as mãos abertas
ou só com ponta dos dedos
exaustos
os teus dedos
exaustos
onde se concentra toda a gravidade
das coisas belas
que me impedem de morrer
Gestos
como acordar de repente
no meio de uma áspera madrugada
tacteando
com os dedos sonolentos
a mesa de cabeceira
para encontrar
uma palavra cheia
cheia
como as tuas mãos
no meu rosto
lentamente

Sunday, September 30, 2007

Dia -704

Ai que Stress!

Bolas! Dia 26 levantei-me às 5 e meia da manhã. O que já de si é uma violência.
Cheguei ao destino às 24h. Depois de 2 voos. Umas quantas horas de espera e um autocarro.
Tudo somado dá 18h e meia de viagem.
A seguir 2 dias intensos de congresso. A começar às 9h. Praticamente sem intervalos.
Com jantares até às tantas.
A falar inglês e espanhol e italiano e francês e português e a certa altura a misturar tudo.
Ontem depois de me ter levantado às 8 da manhã, de um autocarro, de um voo e de um comboio, cheguei a casa às 22h.
Estou de rastos. Cheia de stress. Doem-me as costas. Estou com tonturas.
Esta vida, ainda que animada, é uma tortura!
Não tenho intenções de voltar a sair de Aveiro antes do fim do mês.
É uma dificuldade para ir a qualquer parte do mundo. É demorado. É caro.
Porque raio não vivo eu na Bélgica ou assim num desses países mais no centro da Europa?

PS - A Hungria e a maior parte dos húngaros continua
(tal como achei há 2 anos atrás, quando lá passei duas semanas, mais tranquilas)
a precisar de polimento.

Wednesday, September 05, 2007

Dia -680

Ora eu...

que estou absurdamente constipada
(serei talvez uma das raras pessoas que se constipa quando passa do frio para o calor, não?),
acho que ainda devia estar de férias.
Será depressão pós-férias a minha constipação?

Tuesday, September 04, 2007

Dia -679

Tenho uma grande constipação*

E por agora chega-me a verdade do paracetamol.

*sim, sim, toda a gente sabe que foi assim que Álvaro de Campos começou um poema.
Assim e a espirrar até à metafísica e com o dia perdido cheio de se assoar.

Wednesday, July 11, 2007

Dia -624

Só depois, algum tempo depois, é que pensamos na inutilidade de certas coisas

... como explicar borboletas a uma tartaruga*

* Amos Oz - O Mesmo Mar, p.29

Sunday, May 13, 2007

Dia -565

O Que Foi Feito de Ti?

Já me lembrei

um erro, o único grande erro, que fiz na porra da vida.
Mas não podia ter errado de uma maneira tão certa
ou acertado de uma maneira tão errada.
Não podíamos ter evitado errar
de tão certos que estávamos.

Já me esqueci.

Wednesday, May 02, 2007

Dia -554

Preciso de Verdade e de Aspirina...
estou constipada.
Dói-me a garganta.
Já agora, uma canja também calhava bem.
A verdade é apenas, neste contexto, um acessório,
dispensável portanto, já que a minha constipação,
ao contrário da do Fernando Pessoa, nada tem de metafísico

Monday, April 30, 2007

Dia -552

Xutos

A diferença, relativamente há vinte e muitos anos atrás,
é que hoje me doem os pés.

Friday, May 12, 2006

Dia -199

O Tempo Perdido
Nada ficou. Aqui.
Quanto mais penso. Mais sei.
Que não acrescentaste nada.
Tiraste só algumas coisas.
Não deixaste praticamente nada.
Não sei onde estava com a cabeça.
Quando me atrevi a lamentar.
Só tempo perdido.
E eu que tenho tão pouco.
Raios me partam.
Tudo o que fiz contigo.
Podia ter sido feito.
Apenas comigo.
Sem perdas de tempo.
Sem ondas.
Sem nada.
Exactamente... sem nada, como ficou.
O que vale. É que ainda me tenho a mim.
E comigo. Eu nunca perdi o meu tempo.

Thursday, May 11, 2006

Dia -198

A Ironia
A suprema ironia é quando a faca que usas para ferir o outro
é exactamente a mesma faca,
(um tudo nada mais afiada)
que o outro usa
para te matar.

Wednesday, May 10, 2006

Dia -197

A Leveza
Que a vida te seja leve.
Que os dias te passem suaves.
Que as certezas cegas existam longe de ti.
Que as dúvidas te assaltem com frequência.
Que o amor te visite sempre.
Seja por quem for.
Seja como for.
Que a estranheza não te quebre os laços.
Que a incompreensão não faça morrer em ti.
Os sentimentos enormes.
Que a vida te seja leve.
Como a quero para mim.

Monday, May 08, 2006

Dia -196

O Mal
Por muito grande. Até enorme. Que o bem seja.
Ou tenha sido.
O mal sobrepor-se-á.
Sempre.

Sunday, May 07, 2006

Dia -195

Uma Parte da Razão
Irritabilidade.
Nervosismo.
Descontrole das acções ou emoções.
Agitação.
Raiva.
Insónia.
Dificuldade de concentração.
Letargia.
Depressão.
Sensação de cansaço.
Ansiedade.
Confusão.
Esquecimento frequente.
Baixa auto-estima.
Paranóia.
Hipersensibilidade emocional.
Ataques de choro.
(Sintomas psicológicos do SPM. Um dia os homens escolherão as mulheres pela inexistência destes sintomas. Eu tenho muitos deles)

Saturday, May 06, 2006

Dia -194

Como à espera do comboio...
...baixinho. Sem gritar.
Quando gritar contra o silêncio do comboio nos carris
é a única coisa que apetece.
Gritar contra esse silêncio.
Experimentar um grito. Assim.
Não gritar para que o homem dentro do comboio ouça.
Talvez para que não ouça.
Nem veja.
Porque já nem (ver) quer.
E o comboio aproxima-se sobre os carris.
Silêncio.
É um comboio exacto. Desta vez.
Aproxima-se.
De uma estação agora triste.
Como o Verão.
E quem vem dentro do comboio sabe.
Que parará na estação exacta.
E não. Coisa tão improvável. Mas já acontecida.
Numa paragem de autocarro.
Há uma mulher na estação exacta.
Parada. Como no Inverno.
Uma mulher cheia de frio.
Uma mulher perfeitamente inexacta.
Perfeitamente banal.
Que sabe que todos os seus gestos.
Não mudarão nada.
Há este sol brutal. Como ao meio-dia.
Há este frio inexplicável.
Como na madrugada.
Nem já os olhos serão exactamente verdes.
Nem já a pele exactamente faminta.
Nem já a voz exactamente música.
Nem já as mãos exactamente cheias.
Há esta solidão desamparada.
Como a solidão que deve haver na morte.
Dos que amaram.
Exactamente.
O verde de um olhar.
Exactamente.
A fome de uma pele.
Exactamente.
A música de uma voz.
Exactamente.
A plenitude de umas mãos.
Há esta mulher inexacta.
Quase inexplicável.
Que é já uma mulher qualquer.
À espera de um comboio.
Onde um homem exacto.
E (ainda) único.
Virá.
Para se transformará em memória.

Dia -193

A Carta
(que nunca te escrevi, nem nada)
Se eu soubesse a razão. Para a minha súbita loucura.
Saberia. Certamente.
Porque perdi o que julguei ter encontrado.
Em ti. Ou através de ti. Ou por ti.
Ou em mim. Por tua causa.
Se eu soubesse a razão. Se eu, ao menos a tivesse!
Saberia.
Que no teu amor por mim começaram largas avenidas.
Que se abrem agora essas avenidas.
Como estradas para lugar nenhum.
No fundo das avenidas que o teu amor abriu em mim não existe mais nada.
Nem a razão que eu queria saber.
Se eu soubesse a razão.
Para a minha súbita crueldade.
Para a minha súbita entrada do lado do que se não dirá nunca.
E nunca. E nunca. Menos ainda. A quem diz amar-se.
Se eu a soubesse.
Saberia talvez a matéria de que sou feita.
Saberia que há um universo indefensável.
Se eu soubesse a razão.
Do meu súbito desejo de te fazer mal.
Não o teria tido.
Tudo estaria como agora.
As avenidas abertas.
E ao fundo... uma razão para viver sem culpas.
Haveria a razão que outrora havia.
Se eu soubesse mexer nas coisas.
Saberia.
Que nada muda o amor que tive. E me tiveste.
Que nada transforma um ataque suícida.
Que nada muda que o amor que tive e me tiveste seja exactamente isso.
O amor. Que eu te tive. E me tiveste.

Monday, March 27, 2006

Dia -154

A Saída
Hesito. Entre a esquerda alta e a direita baixa.
O pano de cena enreda-se em mim.
Caí numa armadilha.
Não sou capaz de encontrar uma saída.
Posso deixar-me cair no meio do palco.
Como quem morre.
Talvez a equipa de limpeza repare no que de mim resta.
E amavelmente me transporte para fora.
De mim.

Monday, January 02, 2006

Dia -70

A Excepção
Abri uma excepção. Não sei se reparaste que, para ti, abri uma excepção.
Reparei, claro. Mas isso não me interessa. É que eu também abri uma excepção.
Mas eu nunca faço isso.
Sim, por isso se chamam excepções... às coisas que raramente se fazem.
Mas eu, para ti, abri uma excepção. Não reconheces?
A minha excepção é maior que a tua. Desculpa mas vou fechá-la. Não quero que abras nada. Quero fechar tudo. Fingir que morri. Amanhã nasço outra vez. A não precisar. De excepções.

Tuesday, December 06, 2005

Dia -42

A Dor
Ela disse-lhe. É verdade. Mesmo porque, se pensarmos bem não temos nada em comum.
Ele concordou. Já tinha concordado, sem ela saber.
Passado um instante atirou-lhe, como quem lhe atira com o sol do meio dia em cheio na cara. Acho que ambos partilhamos uma dor profunda.
Há qualquer coisa nas pessoas com uma dor assim que as torna iguais.
Ela ficou a pensar naquilo. No modo como eram tão diferentes numa dor idêntica.
E no modo como isso não tinha qualquer interesse. Para ambos.