Sunday, December 30, 2007

Dia -792

Anti-Balanço

Sinceramente. Acho disparatado. Fazer balanços.
Quer dizer... para que serve exactamente um balanço?
Aconteceram imensas coisas em 2007.
A mim. Na minha rua. No meu país e no mundo.
Pronto.
Não acontecem sempre imensas coisas em 365 dias?
Dos últimos 364 dias houve dois especialmente bonitos.
Os dias em que duas pessoas entraram na minha vida.
Ambas com a mesma força, deslumbramento e entusiasmo com que,
em crianças, fazemos amigos.
Bom Ano!

Friday, December 28, 2007

Dia -790

Ora aqui está!

"Não tenho culpa de ter nascido em Portugal, e exijo uma pátria que me mereça"

Almada Negreiros (citação do poeta/escritor/pintor e tudo... do Público de ontem... uma citação que eu lamentavelmente desconhecia)

Sunday, December 23, 2007

Dia -785

La La La La
La La La
La La La La
La La
La La La La


Ella Fitzgerald - Jingle Bells

Saturday, December 22, 2007

Dia -784

All I Want For Christmas...

Brook Benton - All I Want For Christmas

Thursday, December 20, 2007

Dia -782

Boas Festas

Bom Natal

E que 2008 seja um ano cheio.

De sucessos pessoais e profissionais.

De paz.

De alegria.

De bom humor.

E da beleza que ainda anda pelo mundo.


Joan Miró - Estrella Azul

Wednesday, December 19, 2007

Wednesday, December 12, 2007

Dia -774

Terceira

Fotografia roubada aqui

Desta vez não vou sair de Angra do Heroísmo.

O tempo vai estar chuvoso.

Mas isso também não é exactamente uma novidade.

O Angra Jazz já foi há uns meses.

O que é pena.

Mas dar umas aulas num sítio chamado Pico da Urze é poético.

E assenta-me bem.

Tuesday, December 11, 2007

Dia -773

É Natal, É Natal,
la la la la

Agora que já comprei as minhas prendas quase (quase) todas,
que já escrevi os meus cartões de natal quase (quase) todos...
já posso respirar de alívio e trautear um standard como o que aqui interpreta Diana Krall
- Have Yourself a Merry Little Christmas.

Monday, December 10, 2007

Dia -772

Eu nunca me calo

ou seja, raramente
( a não ser quando estou sozinha o que até acontece muitas vezes)
estamos em silêncio.
Que pensarás tu de mim?

Friday, December 07, 2007

Dia -769

Sim, é este mesmo o Fado mais bonito de sempre*



*Obrigada sem.se.ver pelo link. Canta 'a capela' Ana Laíns

Wednesday, December 05, 2007

Dia -767

Este é o Fado mais bonito de sempre




(Kátia Guerreiro - numa versão incompleta e roufenha. Muito roufenha.
Apesar de ter sido mandatária do nosso PR a moça tem uma belíssima voz)


Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

(Alexandre O'Neill)



Tuesday, December 04, 2007

Dia -766

O Roberto Begnini canta muito mal*...


mas a letra desta música é tão bonita... não é?

<

Se tu mi avessi chiesto: "Come stai

se tu mi avessi chiesto dove andiamo

t'avrei risposto "bene, certo sai"

ti parlo però senza fiato

mi perdo nel tuo sguardo colossale,

la stella polare sei tu mi sfiori e ridi no, cosi non vale

non parlo e se non parlo poi sto male

Quanto t'ho amato e quanto t'amo non lo sai

e non lo sai perchè non te l'ho detto mai

anche se resto in silenzio, tu lo capisci da te

Quanto t'ho amato e quanto t'amo non lo sai

non l'ho mai detto e non te lo dirò mai

nell'amor le parole non contano conta la musica.

Se tu mi avessi chiesto: "Che si fa?"

se tu mi avessi chiesto dove andiamo

t'avrei risposto dove il vento va

le nuvole fanno un ricamo

mi piove sulla testa un temporale

il cielo nascosto sei tu ma poi svanisce in mezzo alle parole

per questo io non parlo e poi sto male

Quanto t'ho amato e quanto t'amo non lo sai

e non lo sai perchè non te l'ho detto mai

anche se resto in silenzio, tu lo capisci da te

Quanto t'ho amato e quanto t'amo non lo sai

non l'ho mai detto e non te lo dirò mai

nell'amor le parole non contano conta la musica.

Quanto t'ho amato e quanto t'amo non lo sai

non l'ho mai detto ma un giorno capirai

nell'amor le parole non contano conta la musica

(Roberto Benigni )

* A Amalia Grè canta isto bastante melhor...

Monday, December 03, 2007

Dia -765

Digestão Difícil

Ainda me encontro a digerir o indescritível concerto de Vinicio Capossela.
Aquilo deve ser uma cena alternativa qualquer que me escapa completamente.
Mas foi penoso.
Hesitei o concerto todo entre o riso nervoso escondido pelo cachecol e o queixo caído de espanto.
Confesso que ainda estou hesitante.
Mas devo ser eu que não tenho capacidade para entender estas cenas alternativas.
De certeza.

Friday, November 30, 2007

Dia -762

O que eu gosto deste homem...



há tantos anos.
Que quando o revejo, como hoje,
a cantar tão bem as letras que conheço de cor...
lembro-me de mim há tantos anos.
E do tanto que gostei e gosto dele.

Thursday, November 29, 2007

Momento de Intervalo...

para partilhar uma frase bonita*


Está pois a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. (...) Felicito a vossa nação.
Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória.
A Europa imitará Portugal.
Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio.

A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos!


Victor Hugo, 1876, a propósito da abolição da pena de morte em Portugal (o primeiro país europeu a fazê-lo)

* bom e um certo orgulho de ser, afinal, portuguesa. Nisto. Só nisto. Ou quase só nisto.

Isto tudo vem a propósito de uma carta do Antonio, sobre amanhã se celebrar a Festa Regionale della Toscana.
A 30 de Novembro de 1786 aboliu-se nesta região de Itália a pena de morte.
Uma excelente razão para fazer uma festa e celebrar.
Também vem isto a propósito de no passado 15 de Novembro a Assembleia Geral das Nações Unidas ter aprovad uma moratória que decreta a suspensão das execuções por pena de morte em todo o mundo.
Mas... ainda são 74 os países do mundo em que esta lei existe.
Países entre os quais se encontram os EUA, o paradigma do desenvolvimento, da modernidade
e da civilização ocidental.
Neste país, em 38 dos 50 estados a pena de morte é legalmente permitida.
Também o governo federal tem o direito de utilizar estes instrumento legal.
A liberdade é uma cidade imensa. Mas nem todos são concidadãos dessa cidade.

Dia -761




Piet Mondrian - The Red Tree

A árvore é uma habitação perdida. E encontrada**. As árvores lembram-nos o que seríamos se pudessemos ser durante séculos. As árvores exigem a nossa lenta reverência**. Com vagar, diante do tronco rugoso, das folhas que rebentam novamente a cada primavera, dos ramos que se tingem de vermelho para depois se despirem, no outono... reconhecemos o quão pequenos somos. E fugazes. As árvores não. As árvores permanecem majestosas mesmo quando deixarmos de poder reconhecê-las.

* Ahmad Jamal (8:06) in 'The Legendary Ahmad Jamal Trio Live'
** frases de António Ramos Rosa, no poema cada árvore é um ser para ser em nós

Poinciana é uma árvore tropical de folhagem abundante e escarlate ou, outras vezes, laranja. Também pode ser chamada a árvore vermelha.

Wednesday, November 28, 2007

Dia -760

Chega de árvores por agora

Contemplemos antes este cavalheiro. Aqui na pele de Sir Walter Raleigh em Elizabeth - The Golden Age*. O filme hum... nothing special. O bem contra o mal e assim. O costume, portanto, neste género de filmes. Mas o moço... Oh atentem bem neste moço! Até pode ser um bocadinho canastrão**, mas ao olhar para ele... quer dizer... ehr... que interessa isso?


*É um filme de Shekhar Kapur, também com Cate Blanchett e Geoffrey Rush. O filme é a sequela de Elizabeth, do mesmo realizador e igualmente com Cate Blanchett e Geoffrey Rush nos mesmos papeis.

** Em Closer, de Mike Nichols, não esteve nada canastrão. Esteve almost perfect. Nos restantes, bom... enfim... Mas suponho que lhe podemos perdoar, não?

Tuesday, November 27, 2007

Dia -759

Ainda as árvores, ou os poemas com árvores

Cada árvore é um ser para ser em nós
Para ver uma árvore não basta vê-a
a árvore é uma lenta reverência
uma presença reminiscente
uma habitação perdida
e encontrada
À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a da árvore
com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses.

António Ramos Rosa -
Cada árvore é um ser para ser em nós

Monday, November 26, 2007

Dia -758

Receptáculo anónimo do espanto

(A imagem deste belo castanheiro foi tirada de Montesinho Vivo)


Árvore rumorosa pedestal da sombra

sinal de intimidade decrescente

que a primavera veste pontualmente

e os olhos do poema de repente deslumbra

Receptáculo anónimo do espanto

capaz de encher aquele que direito à morte passa

e no ar da manhã inconsequente traça

e rasto desprendido do seu canto

Não há inverno rigoroso que te impeça

de rematar esse trabalho que começa

na primeira folha que nos braços te desponta

Explodiste de vida e és serenidade

e imprimes no coração mais fundo da cidade

a marca do princípio a que tudo remonta

Ruy Belo - Àrvore Rumorosa

Sunday, November 25, 2007

Dia -757

Le Fabuleux Destin d'Odette Toulemonde*


Oui, il y a quelque chose de pareil entre Odette Toulemonde
(mais quel beau nom!)
et Amélie Poulain.
Je sais pas quoi.
Mais il y a.
Peut-être le bonheur. L'optimisme.
Apprendre et enseigner le bonheur.
Les deux le rende aussi simple!
Et ce genre de choses lá... ça peut arriver a tout le monde ;-))

* Odette Toulemonde c'est un film de Eric-Emmanuel Schmitt, avec la magnifique Catherine Frot dans le rôle d'Odette.