(A imagem deste belo castanheiro foi tirada de Montesinho Vivo)
Árvore rumorosa pedestal da sombra
sinal de intimidade decrescente
que a primavera veste pontualmente
e os olhos do poema de repente deslumbra
Receptáculo anónimo do espanto
capaz de encher aquele que direito à morte passa
e no ar da manhã inconsequente traça
e rasto desprendido do seu canto
Não há inverno rigoroso que te impeça
de rematar esse trabalho que começa
na primeira folha que nos braços te desponta
Explodiste de vida e és serenidade
e imprimes no coração mais fundo da cidade
a marca do princípio a que tudo remonta
Ruy Belo - Àrvore Rumorosa
6 comments:
tão lindo! o teu castanheiro. é este o TEU? o TAL? não importa nada. voltei a maravilhar-me com as cores das folhas. tal como os embomdeiros, também tem espaço para acolher alguém. deveríamos aprender mais esta lição: a hospitalidade. não a social. falo de deixar que as pessoas morem em nós. mas para isso é preciso estarmos disponíveis para 'criar laços', não é?
[tu já viste como este assunto das árvores nos tem permitido contar as nossas estórias, partilhar gostos literários, tirar lições de vida, descobrir semelhanças e diferenças, ... ? falta-me só deixar-te aqui mais uma achega sobre os embondeiros / imbondeiros: o seu fruto, que é a múcua ou múkua. se algum dia quiseres provar um sumo diz. eu faço para ti. de verdade. :-)]
http://amador.blogs.sapo.pt/3698.html
beijo de castanha e múcua
Que saudades tinha de ver uma árvore assim
e ainda por cima tão bem acompanhada na paisagem e nas palavras
As árvores dão folhas para conversas intermináveis, Lou. Não sei se é este o castanheiro... o tal, mas podia ser. É lindo.
Nunca tinha ouvido falar do sumo do fruto do embondeiro. Fica combinado que um dia me farás o sumo do múcua :).
:-) Rita. Esta árvore nem precisava de companhia. Ela mesma é um poema.
É verdade,
tomei a liberdade de a linkar contigo lá nos livros, e nem pedi licença.
Coisas assim são para partilhar.
A fotografia lá é pequenina para manter o impacto que se tem quando aqui se chega.
Obrigada Rita.
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