«O amor é o amor - e depois?!
(excerto do poema O amor é o amor de Alexandre O'Neill)
"Andarei mais vinte dias ao frio, ao vento e à fome às escondidas da sorte um dia fraco, outro forte qu'o dia em que se não come é um dia a menos pr'á morte" (Sérgio Godinho - Romance de um Dia na Estrada)
que acompanha os erros de casting e os timings errados é tão violenta e brutal.
Que dói. De verdade. Dói.
Mas a minha mãe também é gira*.
* A minha mãe quando era nova era uma 'estrela de cinema'. O tempo, lamentavelmente o digo, é um pouco mais cruel para as mulheres.
Deolinda - Movimento Perpétuo Associativo
Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!
-Agora não, que é hora do almoço...
-Agora não, que é hora do jantar...
-Agora não, que eu acho que não posso...
-Amanhã vou trabalhar...
Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos de vencer!
-Agora não, que me dói a barriga...
-Agora não, dizem que vai chover...
-Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...
Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, e é esta a direcção!
-Agora não, que falta um impresso..
-Agora não, que o meu pai não quer...
-Agora não, que há engarrafamentos...
-Vão sem mim, que eu vou lá ter...
Entretanto também vi Shotgun Stories, de Jeff Nichols. Brilhante. O melhor filme que vi nos últimos meses (se exceptuarmos Gran Torino (Clint Eastwood) e Revolutionary Road (Sam Mendes)). Vi ainda Pranzo di Ferragosto (Gianni di Gregorio), um doce filme na mais bela língua do mundo. E ainda um olhar quase de bilhete postal sobre itália, sem grande conteúdo, mas com o Colin Firth (o que é sempre uma mais valia... ;-)): Genova (Michael Winterbottom, whoever he is).
À chacun son cinéma... parece que os meus cinemas são (quase) todos em Lisboa. Pois.