Thursday, July 30, 2009

Dia -1375

Provavelmente

«O amor é o amor - e depois?!
Vamos ficar os dois a imaginar, a imaginar?...»

(excerto do poema O amor é o amor de Alexandre O'Neill)

Tuesday, July 28, 2009

Dia -1373

Yearbooking myself

in 1962

in 1966

in 1970

in 1974

in 1978

in 1984 (de facto acabei o liceu em 1984, mas não tinha nada ete estilo madonna...)


in 1992

in 1998

in 2000

Saturday, July 11, 2009

Dia -1356

Ontem alguém de Arezzo, Itália...


visitou o meu blog. E eu lembrei-me que mais dia menos dia, o ano passado por esta altura,
em Arezzo, Itália,
eu era uma pessoa feliz.


Friday, July 10, 2009

Dia -1355

Estou com uma neura do tamanho de uma casa...


por isso meto-me para dentro e fecho a janela. E nem digo boas noites.

Wednesday, July 08, 2009

Dia -1353

Esta sensação esquisita...


que acompanha os erros de casting e os timings errados é tão violenta e brutal.

Que dói. De verdade. Dói.

Tuesday, July 07, 2009

Dia -1352

Talvez haja homens mais bonitos no mundo...


mas eu duvido. Porque...

o homem mais lindo do mundo é o meu pai.




Mas a minha mãe também é gira*.


* A minha mãe quando era nova era uma 'estrela de cinema'. O tempo, lamentavelmente o digo, é um pouco mais cruel para as mulheres.

Monday, July 06, 2009

Dia -1351

Recordações

Segundo me disse ontem uma amiga de adolescência, uma amiga das 'férias na terra',
alguém que eu não via há mais de 25 anos
(safa, que isto custa um bocadinho a dizer, por várias razões...),
parece que eu aos 13/14 anos,
em vez de andar com ela e as outras miúdas, atrás dos rapazes,
anunciava solenemente que ia ler.
E ia sentar-me atrás da casa da minha avó Berta, ao pé do ribeiro.
Às vezes elas não me viam durante dias.
Lembro-me da minha avó com grande nitidez
(e muitas saudades).
Da casa de pedra e do ribeiro cheio de peixes que corria atrás da casa.
E da sopa de feijão vermelho que ela fazia numa panela de 3 pés.
E do modo como a minha avó contava as mesmas histórias 3 ou 4 vezes.
E nós ouviamo-la sempre como se nunca a tivessemos ouvido.
Ainda hoje lá passei.
Não parei.
A minha avó já não está lá.
A casa aguenta-se de pé.
Os peixes parece que são poucos agora.
Tinha um livro na mala.
Devia ter parado, como antes.
Durante dias.
Mas não.

Basicamente, não sabia que as minhas amigas da adolescência tinham este tipo de recordações de mim.
Deviam achar-me uma grande parva.
Honestamente, acho que tinham razão.
Ainda sou.

Thursday, July 02, 2009

Dia -1347

Há coisas muito mais importantes, na vida de uma Professora Universitária

... que o número de papers publicados em revistas do ISI
(embora eu goste de escrever papers e outras coisas).
Há coisas que nos fazem ganhar o dia,
uma parte da vida
e que nos devolvem
(mesmo)
a dimensão do que somos.
E eu sou professora.
Antes de tudo, é o que sou.
E coisas como a que aqui deixo,
(com a devida confidencialidade)
comovem-me.


«Desculpe estar-lhe a escrever precisamente neste momento em que ando assim, meia cinzenta. Mas esta noite quando acordei para dar de mamar à ..., pensei em si e tive vontade de lhe escrever. O artigo pesou-me na consciência, claro... mas a memória do que foi para mim no ano passado fez-me ultrapassar isso. Mais uma vez quero agradecer-lhe tudo o que me disse e, sem lhe querer roubar as palavras, o que não me disse.»

Wednesday, July 01, 2009

Dia -1346

Duh!!!!

- Sabias que às vezes os cientistas também se enganam? pergunta-me ele.
- Sabia. Às vezes fazem-se descobertas e mais tarde outros cientistas vêm demonstrar o contrário, por exemplo, digo-lhe eu.
- Pois, como o Newton, responde ele.
- Bom, o Newton tinha razão em algumas coisas, torno eu.
- Sim, pois tinha, naquela coisa... a lei da gravidade, não era? diz ele
- Exactamente, anuo eu.
- Hum... mas noutras coisas não tinha, ele dizia que o tempo e o espaço eram um só, que não tinham importância e depois o Einstein veio demonstrar que o tempo e o espaço são fluídos e relevantes, diz ele.
- Mas vocês agora aprendem essas coisas todas no 1º ano do ciclo??? pergunto eu, estupefacta com as coisas que o puto me diz.
- Ó tia Beta, achas mesmo que eu aprendi isto na escola??? Claro que não! Duh!!!

Eu cá calei-me. Pois. Duh!!!

Tuesday, June 30, 2009

Dia -1345

Eleições, cidadãos, participações...

seja para o governo, para a autarquia, para a universidade, para a sociedade desportiva... é assim que somos. É ou não é?

Deolinda - Movimento Perpétuo Associativo

Agora sim, damos a volta a isto!

Agora sim, há pernas para andar!

Agora sim, eu sinto o optimismo!

Vamos em frente, ninguém nos vai parar!

-Agora não, que é hora do almoço...

-Agora não, que é hora do jantar...

-Agora não, que eu acho que não posso...

-Amanhã vou trabalhar...

Agora sim, temos a força toda!

Agora sim, há fé neste querer!

Agora sim, só vejo gente boa!

Vamos em frente e havemos de vencer!

-Agora não, que me dói a barriga...

-Agora não, dizem que vai chover...

-Agora não, que joga o Benfica...

e eu tenho mais que fazer...

Agora sim, cantamos com vontade!

Agora sim, eu sinto a união!

Agora sim, já ouço a liberdade!

Vamos em frente, e é esta a direcção!

-Agora não, que falta um impresso..

-Agora não, que o meu pai não quer...

-Agora não, que há engarrafamentos...

-Vão sem mim, que eu vou lá ter...

Monday, June 29, 2009

Momento de Intervalo...

O meu outro (e mais bonito) blog

faz anos! Quatro, para ser mais exacta. Parabéns a mim!

Dia -1344

I am all right

but most of the people just annoys me.

Wednesday, June 24, 2009

Dia -1339

Hoje apetecem-me coisas (sobretudo palavras) belas...



... e lembrei-me especificamente (não sei porquê) deste poema do Herberto Helder.


As vacas dormem, as estrelas são truculentas,
a inteligência é cruel.
Eu abro para todo o lado dos campos.
vejo como estou minado por esse
puro movimento de inteligência.
Porque olho,
rodo nos gonzos como para a felicidade.
Mais levantadas são as arbitrárias ervas
do que as estrelas.
Tudo dorme nas vacas.
Oh violenta inteligência onde as coisas
levitam preciosamente!
O campo bate contra mim, no ar onde elas
dormem -
vacas truculentas, estrelas
apaziguadas estrelas - e a inteligência, afinal
selvajaria celeste sobre a minha respiração.


Eu penso mudar estes campos deitados, criar
um nome para as coisas.
Onde era estábulo, na doce morfologia,
fazer com que as estrelas mugissem e as poeiras
ressuscitassem.
Dizer: rebentem os taludes, enlouqueçam as vacas,
que a minha inteligência se torne pacífica.
Unir a ferocidade da noite ao inebriado
movimento da terra.
Posso mudar a arquitectura de uma palavra.
fazer explodir o descido coração das coisas.
Posso meter um nome na intimidade de uma coisa
e recomeçar o talento de existir.
Meto na palavra o coração carregado de uma coisa.
Eu posso modificar-me.
Ser mais alto do que a corrupção.


Campos abanados pelo silêncio.
Pessoa como eu
mergulhando no que é o obscuro
das vacas dormindo.
Estrelas giradas, de repente mortas
sobre mim.
Ah, penso alterar tudo,recuperar agora as colinas do mundo.
Falando de amor, eu falo
do génio destruidor.
Falo que é preciso
criar a velocidade das coisas.
Que é preciso caçar flores,
golpear estrelas,
meter o sono nas vacas, desentranhar-lhes
o sono,
dar o sono às estrelas.
Enlouquecer.


Que é preciso recriar o criar, meu Deus, ser truculento.
Ser simples e não o ser.
Abandonar os campos, rodopiar
a inteligência, a crueldade.
Abro a porta para não esquecer esta
absurda tarefa.
Esta tão particular
necessidade.
Porque agora deixei totalmente de ser puro.
Levanto-me para dar de comer quentes
estrelas às vacas.
Sou tão puro, meu Deus, tão truculento.
É preciso principiar.


Digo baixo o nome. Corto os pés das estrelas.
Deixá-las na sua seiva estremecente.
Digo baixo que é talento envenená-las.
Minha alegria furibunda é a pureza do mundo.
E é tão belo agarrar com os ossos
que há dentro das mãos
na ponta de um nome, e desdobrá-lo.
Arrancar essa alma apertada.
Porque eu sei o estilo de uma alma
precisamente original.
Corto as estrelas das vacas.
Trago candeias para os campos extraordinários.


Porque eu bato na porta com meu júbilo furioso.
O amor acumula-se.
É para dar o ardor em doce dissipação.
Deus não sabe e sorri, esmigalhado
contra o muro humano.
Respiro, respiro. As coisas respiram.
Esta oferta masculina vocifera na treva.
Criar é delicado.
Criar é uma grande brutalidade.
Porque eu sou feliz. Durmo
na obra.
Só eu sei que a loucura minou este ser
inexplicável
que me estende nas coisas.
A loucura entrou em cada osso
e os campos são o meu espelho.
Esta imagem perfeita arromba os espelhos.
Os nomes são loucos,
são verdadeiros.

(IV, Poemacto)

Tuesday, June 23, 2009

Momento de Intervalo...

Boa pergunta

Um(a) irlandês(a) chegou a este blog formulando no google a pergunta who the fuck is Cristiano Ronaldo?

Cá veio dar por causa deste meu post.

A minha admiração pela Irlanda e os Irlandeses (já para não falar de um dos seus mais belos produtos: a guinness) aumentou muito.
Desculpem, não resisti a salientar isto.
Ando a prestar serviço cívico, ai ando!

Dia -1338

Rasgões

Acabei de rasgar as calças numa aresta do quadro da sala de aula, enquanto vigio um exame
(triste vida, por vezes, a dos professores... vigiando os alunos).

Duvido que a Universidade me pague umas calças novas
(de qualquer modo, estas já eram velhas).


Mas talvez este não seja, hoje, o meu maior rasgão.
Há outros que não sei
(ainda)
(talvez nunca venha a saber)
interpretar.
Contêm palavras bonitas.
Dessas que podem rasgar-nos
(se não tivermos cuidado).

Friday, June 19, 2009

Dia -1334

É díficil...

às vezes. Tanto. Muito. Demasiado.
Merda!


Tuesday, June 16, 2009

Dia -1331

Não sei...



o que hei-de fazer... hum... e agora?

Monday, June 15, 2009

Dia -1330

follow this link*

Só para (vos) aguçar a curiosidade...



* por uma estranha razão não consegui colocar aqui o video.

Sunday, June 14, 2009

Dia -1329

Chacun son cinéma...


uma às vezes doce, às vezes amarga, mas sempre bonita homenagem ao cinema. Com alguns dos meus realizadores preferidos.

Entretanto também vi Shotgun Stories, de Jeff Nichols. Brilhante. O melhor filme que vi nos últimos meses (se exceptuarmos Gran Torino (Clint Eastwood) e Revolutionary Road (Sam Mendes)). Vi ainda Pranzo di Ferragosto (Gianni di Gregorio), um doce filme na mais bela língua do mundo. E ainda um olhar quase de bilhete postal sobre itália, sem grande conteúdo, mas com o Colin Firth (o que é sempre uma mais valia... ;-)): Genova (Michael Winterbottom, whoever he is).

À chacun son cinéma... parece que os meus cinemas são (quase) todos em Lisboa. Pois.

Saturday, June 13, 2009

Dia -1328

What the fuck!?!?

I am mesmerized with the fact that almost everyone in Portugal is very happy with the fact that Cristiano Ronaldo is going to earn 20 000 euros a day.
I am not.
I do not even know who the fuck is Cristiano Ronaldo
and what the fuck does he do...