As Evidências
Amo-te muito, meu amor, e tanto
que ao ter-te, amo-te mais
e mais ainda
Depois de ter-te, meu amor
não finda com o próprio amor,
o amor do teu encanto
Que encanto é o teu?
Se continua enquanto
sofro a traição dos que, viscosos,
prendem
por uma paz da guerra a que se vendem
a pouca liberdade do meu canto.
Um cântico da terra e do seu povo
nesta invenção da humanidade inteira
que a cada instante há que inventar de novo
tão quase é coisa ou sucessão que passa...
Que encanto é o teu?
Deitado à tua beira
sei que se rasga
eterno
o véu da graça.
Jorge de Sena
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