Agora
Ela deixou que o mar entrasse, inteiro, na sua casa.
Ela coseu as velas. Do frágil pano.
Ela deixou-se navegar. Como um bote.
Ou.
Outras vezes.
Como uma caravela.
Ela resolveu plantar girassois.
E castanheiros.
Ela resolveu esquecer-se que detesta as manhãs.
Ela resolveu entregar as mãos.
Ou.
O que das mãos lhe resta.
Ela entregou-se, inteira, a frases como.
Por exemplo.
Esta.
Nem mais um passo longínquo, nunca mais estar apartado de ti...
Agora.
Ela ama.
Ela sente o tempo. Passar inteiro.
Devagar.
Ela domina a urgência que punha.
Antes.
Em todas as coisas.
Ela espera.
Agora.
Ela não sabia.
Antes.
Que sabia.
Esperar.
4 comments:
é ensurdecedor o silêncio entretanto, no espaço vazio que separa as palavras. tem quase tudo cá dentro.
Ele leu as palavras dela. Saboreou cada uma delas. Ela adorou o que leu. Ele ama a mulher que as escreveu. Ele sente-se feliz.
Relativamete à mensagem anterior:
Há coisas que um "anónimo" não escreve sem assinar. Nem que seja de cruz. Ou então deixa a impressão digital do indicador direito.
Bom, segundo anónimo... pois, de facto o primeiro anónimo podia assinar... mas se não quis, não quis... eu sei quem ele é... é bom rapaz... etc etc etc :-)
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