Tuesday, September 18, 2007

Dia -692

Umas pérolas aqui, umas pérolas ali*

«There is only one [television] network in Norway and it is stupefyingly bad. It's not just that the programmes are dull, though in this respect they could win awards, but that the whole thing is so wondrously unpolished. Films finish and you get thirty seconds of scratchy white circles like you used to get when your home movies ran out and your dad didn't get to the projector fast enough, and then suddenly the lights come up on the day's host, looking faintly startled, as if he had been just about to do something that he wouldn't want the nation to see. [...] The best that can be said for Norwegian television is that it gives you the sensation of a coma without the worry and inconvenience.»

(Capítulo 2 - Hammerfest)

«By half-past eight Paris is a terrible place for walking. There's too much traffic. A blue haze of uncombusted diesel hangs over every boulevard. I know Baron Haussmann made Paris a grand place to look at, but the man had no concept of traffic flow. At the Arc de Triomphe alone thirteen roads come together. Can you imagine that? I mean to say, here you have a city with the world's most pathologically aggressive drivers - drivers who in other circumstances would be given injections of thorazine from syringes the size of bicycle pumps and confined to their beds with leather straps - and you give them an open space where they can all try to go in any of thirteen directions at once. Is that asking for trouble or what?
It's interesting to note that the French have had this reputation for bad driving since long before the invention of the internal combustion engine. Even in the eighteenth century British travellers to Paris were remarking on what lunatic drivers the French were, on "the astonishing speed with which the carriages and people moved through the streets ... It was not an uncommon sight to see a child run over and probably killed." I quote from The Grand Tour by Christopher Hibbert, a book whose great virtue is in pointing out that the peoples of Europe have for at least 300 years been living up to their stereotypes. [...]»

(Capítulo 4 - Paris)

«The brochures [in the town of Spa] were all for places with non-nonsense names like The Professor Henrijean Hydrology Institute and The Spa Therm Institution's Department of Radiology and Gastro-Enterology. Between them they offered a bewildering array of treatments that ran from immersion in 'natural carbogazeous baths' and slathering in hot and gooey mudpacks, to being connected to a free-standing electrical sub-station and briskly electrocuted, or so it looked from the photograph. These treatments were guaranteed to do a number of things I didn't realize it was desirable to do - "dilate the dermal vessels", "further the repose of the thermoregulatory centres" and "ease periarticular contractures", to name but three.
I decided without hesistation that my thermoregulatory centres were reposed enough, if not actually deceased, and although I do have the occasional periarticular contracture and pitch forward into my spaghetti, I decided I could live with this after seeing what the muscular, white-coated ladies of the Spa institutes do to you if they detect so much as a twinge in your particulars or suspect any backsliding among the dermals. The photographs showed a frankly worried-looking female patient being variously covered in tar, blown around a shower stall with a high-pressure hose, forced to recline in bubbling copper vats and otherwise subjected to a regimen that in other circumstances would bring ineluctably to mind the expression "war crimes". [...]»

(Capítulo 6 - Bélgica)

«It should have been written into the armistice treaty at the end of the [second world] war that the Germans would be required to lay down their accordians along with their arms.»

(Capítulo 9 - Aachen e Colónia)

«I love the way Italians park. You turn any street corner in Rome and it looks as though you've just missed a parking competition for blind people. [...] Romans park their cars the way I would park if I had just spilled a beaker of hydrochloric acid on my lap. [...]
Italians will park anywhere. All over the city you will see them bullying their cars into spaces about the size of a sofa cushion, holding up traffic and prompting every driver within three miles to lean on his horn and give a passable imitation of a man in an electric chair. If the opening is too small for a car, Italians will decorate it with litter [...]
Italians are entirely without any commitment to order. They live their lives in a kind of pandemonium, which I find very attractive. They don't queue, they don't pay their taxes, they don't turn up for appointments on time, they don't undertake any sort of labour without a small bribe, they don't believe in rules at all. [...]»

(Capítulo 13 - Roma)

«Still the [hotel] elevator didn't come. I decided to take the fire stairs. I bounded down them two at a time, the whole of my existence dedicated to the idea of a beer and a sandwich, and at the bottom found a padlocked door and a sign in Italian that said "If there is ever a fire here, this is where the bodies will pile up".»

(Capítulo 15 - Florença)

«The people of McDonald's need guidance. They need to be told that Europe is not Disneyland. They need to be instructed to take suitable premises on a side street and given, without option, a shop design that is recognizable, appropriate to its function and yet reasonably subdued. It should look like a normal European bistro, with perhaps little red curtains and a decorative aquarium and nothing to tell you from the outside that this is a McDonald's except for a discrete golden-arches transfer on each window and steady stream of people with enormous asses going in and out of the door. While we're at it, they should be told that they will no longer be allowed to provide each customer with his own weight in styrofoam boxes and waste paper. And finally they have to promise to shoot Ronald. When these conditions are met, McDonald's should be allowed to operate in Europe, but not until.»

(Capítulo 19 - Áustria)


*mais vale ler na língua original, sem qualquer dúvida, estas e outras pérolas de Bill Bryson em Neither Here Nor There, ou seja em Nem aqui, nem ali,
o livro que ontem (hoje) às 6 e meia da manhã acabei de ler,
no meio de sonoras gargalhadas.
Estas pérolas na língua em que foram escritas foram retiradas daqui.
Bom proveito

Monday, September 17, 2007

Dia -691

A Vaca: o único animal de estimação possível*

«A meu ver, o único animal de estimação possível é a vaca. As vacas amam-nos. São inofensivas, têm bom aspecto, não precisam de um caixote para defecar, mantêm a erva controlada e são tão confiantes e estúpidas que não se pode senão abrir-lhes o coração. No lugar onde vivo, no Yorkshire, existe uma manada de vacas ao fundo da vereda. Podemos encostar-nos a um muro a qualquer hora do dia ou da noite que, passado um minuto, todas as vacas virão a balançar-se e ficarão junto de nós, demasiado estúpidas para saberem o que fazer a seguir, mas felizes só por estarem connosco. Tanto quanto sei, ficariam ali o dia todo, possivelmente até ao fim dos tempos. Escutarão os nossos problemas e nunca pedirão nada em troca. Serão nossas amigas para sempre. E quando estivermos fartos delas, podemos matá-las e comê-las. Perfeito.»

Bill Bryson - Nem aqui, nem ali - a Europa de Estocolmo a Istambul, Quetzal Editores.

*
ou: em vez de um (a) companheiro (a) arranja mas é uma vaca.

Sunday, September 16, 2007

Dia -690

Bill Bryson*

Acho que nunca vos tinha dito que gosto muito de ler o Bill Bryson.
Ainda há pouco, com o Nem aqui, nem ali na mão ri-me sozinha, como uma perdida,
até às lagrimas com as suas estórias de viagens pela Europa (de Estocolmo a Istambul).
Diz-se de Bill Bryson que é um escritor de viagens. Não sei bem se é um escritor de viagens.
Nem me interessa como se classifica.
Sei que é absolutamente hilariante. Delicioso. Inteligente.
Eu gosto de quem me faz rir, assim.

*De Bill Bryson, já li e recomendo Made in America, Crónicas de uma pequena Ilha, Notas sobre um país grande, Por aqui e por ali, Breve História de quase tudo e agora estou a terminar Nem aqui, nem ali. Faltam-me Diário Africano e Na Terra dos Cangurus que não consigo encontrar em lado nenhum... :-(

Saturday, September 15, 2007

Dia -689

You've Got What it Takes

Brook Benton e Dinah Washington

Friday, September 14, 2007

Dia -688

Parabéns Azul*

Muitos anos de vida e de folêgo para esse saxofone.

*Clicando no Azul podem ouvi-lo no Myspace a interpretar músicas como The Blues Walk; I Got My Mojo, Mercy, mercy, mercy e Blue Monk. Para ouvirem mais visitem os blogs dele: Registos Autónomos; Rui Azul Index e Jazz Workshop

Thursday, September 13, 2007

Dia -687

Pronto... não há amor como o primeiro


E efectivamente, assim à primeira vista (e à segunda e à terceira e...)... era mesmo com este (enquanto Dr. House) que eu podia ser muito feliz.

Talvez a silly season ainda não tenha terminado para mim. Só não percebo é porquê. A realidade já me gritou ene vezes e de ene maneiras diferentes para eu acordar.

Wednesday, September 12, 2007

Dia -686

Será que ides hesitar?

Ó Joaquim... com a tua experiência no MIAP e a minha ex-militância num pequeno partido da esquerda radical... que tal se encetássemos um movimento para fazer
a revolução avançar a todo o vapor?

É que eu acho que andamos mesmo a precisar!

(para ampliar e ler o apelo do camarada Arnaldo de Matos basta clicar na imagem)


Tuesday, September 11, 2007

Dia -685

Una storia deliziosa*

Conheci este ano em Wageningen um senhor italiano magnífico.
Um belíssimo contador de estórias, estilo Nanni Moretti.
Em italiano e tudo.
Uma das estórias que Antonio me contou é assolutamente deliziosa.
Contou-me ele que em 1974, logo a seguir ao 25 de Abril, o
movimento lotta continua fretava voos charter para que os jovens italianos
pudessem vir a Portugal 'ver' a revolução.
E eles lá vinham, lá viam e lá regressavam a Itália.
Alguns aprendiam as canções de intervenção portuguesas.
Outros, a maioria, levavam na bagagem um poster
de um senhor que ninguém parecia saber quem era.
Aliás, o Antonio esbracejando muito dizia-me, no meio da sua estória,
que perguntava a torto e a direito aos seus amigos regressados de ver a revolução:
ma chi è quest'uomo? Ma chi è quest'uomo?

A minha curiosidade crescia, enquanto Antonio me explicava
que o dito poster do dito uomo figurava no quarto de todos
os jovens italianos militantes do lotta continua,
ao lado de figuras como Che Guevara...
e que nenhum deles parecia saber de quem se tratava...

Si... chi era quest'uomo?

Hoje o Antonio, da sua Firenze natale, enviou-me o tal poster
Il uomo era questo:


*Agora que sou um Peão, também contei lá questa storia.

Sunday, September 09, 2007

Dia -684

Eu e Ele...



... também* podíamos ser muito felizes.
Especialmente eu.

*costumo dizer isto a propósito do Hugh Laurie, na pele de Dr. House. Mas hoje não resisti a esta fotografia... a barba por fazer, a camisa branca, as ruguinhas de expressão... Ai, ai...


Saturday, September 08, 2007

Dia -683

Hairspray*

Eu diverti-me. Pronto. E isso chega. Às vezes é tudo o que se pode pedir a um filme.
Entretenimento. Diversão. E uma pitadinha muito pequenina de densidade que,
se eu não fosse a cínica que sou,
reconheceria.
Assim, diverti-me. Pronto.


* Um filme de Adam Shankman, com John Travolta (travestido, imensamente gordo, mas a dançar bem, como sempre), Michelle Pfeifer (muito loira e linda, como sempre, a fazer de má, como raramente), Christopher Walken, Amanda Bynes, Queen Latifah, Nikky Blonsky e muitos mais.
Vejam o trailer aqui.

Friday, September 07, 2007

Dia -682

Summertime*

Uma vez perguntaram-me qual era a minha versão preferida
e eu respondi esta:



*Janis Joplin. Interpreta aquela que, contrariamente ao que podiam ser as expectativas,
é de facto a minha versão de eleição.
Mas assim mesmo: odeio o verão!

Thursday, September 06, 2007

Dia -681

Laisse Tomber Les Filles...*


c'est vrai que on ne joue pas impunément avec un coeur innocent*.

*
Laisse tomber les filles é o original (de Serge Gainsbourg, de 1964) de Chick Habit... a fabulosa música de April March, sabiamente integrada na estonteante banda sonora de Death Proof, mais um também estonteante filme de Quentin Tarantino.

Wednesday, September 05, 2007

Dia -680

Ora eu...

que estou absurdamente constipada
(serei talvez uma das raras pessoas que se constipa quando passa do frio para o calor, não?),
acho que ainda devia estar de férias.
Será depressão pós-férias a minha constipação?

Tuesday, September 04, 2007

Dia -679

Tenho uma grande constipação*

E por agora chega-me a verdade do paracetamol.

*sim, sim, toda a gente sabe que foi assim que Álvaro de Campos começou um poema.
Assim e a espirrar até à metafísica e com o dia perdido cheio de se assoar.

Monday, September 03, 2007

Dia -678

There's no place like home?

bicicleta, candeeiro, árvore e três janelas. Mais uma. Delft. 2007

Dizem que não há lugar como a nossa casa.
Sim. Não há. E eu gosto tanto da minha.
Mas tenho saudades da Holanda.
De Delft. Sobretudo de Delft.
E do Alto Jazz Club em Amesterdão.
E dos girassóis do Van Gogh.
E assim.
Não há lugar como a nossa casa.
Há só outros lugares que gostávamos de ter mesmo perto de casa.

Monday, August 27, 2007

Dia -671

Amsterdam

Enquanto ía a atravessar a ponte recordou-se de novo como Amesterdao era uma cidade calma e civilizada. Fez um grande desvio para Oeste a fim de passear ao longo da Brouwersgracht. (...) Como era reconfortante ter um curso de água no meio da rua. Que lugar tolerante, aberto, adulto: os belos armazéns de tijolo e madeira trabalhada convertidos em apartamentos de bom gosto, as modestas pontes Van Gogh, o discreto mobiliário de rua. Os Holandeses de ar inteligente e interessante nas suas bicicletas, com os filhos de aspecto calmo sentados atrás. Até os comerciantes pareciam professores e os varredores de rua faziam lembrar músicos de jazz (...)".

(Ian McEwan Amesterdao, Ediçoes Gradiva, p. 168)

Sunday, August 26, 2007

Dia -670

Vista de Delft*

Finalmente descobri uma cidade onde podia viver apenas para ser feliz.

*Nome de um quadro (magnífico) de J. Vermeer, exposto no Mauritshuis em Haia.
Delft é ainda uma cidade absolutamente encantadora.

Friday, August 24, 2007

Dia -668

Alguns dias depois...

tenho a dizer que apesar de os teclados nao terem todos os acentos
(como constatam, nao há til),
a Holanda é um país fabuloso e os holandeses das gentes mais simpáticas que tenho visto.
Está tudo bem no reino da Holanda.
Alguma chuva.
Dias amenos.
Embora nao a menos.
Como eu gosto.

Saturday, August 11, 2007

Dia -655

Agora Vou-me Embora



Depois volto. Acho eu.

Wednesday, August 08, 2007

Dia -652

Les Vacances

Estou e não estou de férias.
É um bocado como ser e não ser.
O costume. Pois.