Monday, September 17, 2007

Dia -691

A Vaca: o único animal de estimação possível*

«A meu ver, o único animal de estimação possível é a vaca. As vacas amam-nos. São inofensivas, têm bom aspecto, não precisam de um caixote para defecar, mantêm a erva controlada e são tão confiantes e estúpidas que não se pode senão abrir-lhes o coração. No lugar onde vivo, no Yorkshire, existe uma manada de vacas ao fundo da vereda. Podemos encostar-nos a um muro a qualquer hora do dia ou da noite que, passado um minuto, todas as vacas virão a balançar-se e ficarão junto de nós, demasiado estúpidas para saberem o que fazer a seguir, mas felizes só por estarem connosco. Tanto quanto sei, ficariam ali o dia todo, possivelmente até ao fim dos tempos. Escutarão os nossos problemas e nunca pedirão nada em troca. Serão nossas amigas para sempre. E quando estivermos fartos delas, podemos matá-las e comê-las. Perfeito.»

Bill Bryson - Nem aqui, nem ali - a Europa de Estocolmo a Istambul, Quetzal Editores.

*
ou: em vez de um (a) companheiro (a) arranja mas é uma vaca.

8 comments:

sem-se-ver said...

ahahahah! bem, qualquer um será, tá visto!!

Elisa said...

Qualquer um, sim. Menos aqueles dois que não encontro em lado nenhum :-( e por isso mesmo não posso recomendar.

sem-se-ver said...

roubei, citando a fonte. ok?

Elisa said...

Ok :)

Anonymous said...

Elisa,
Tu, com esta história dos livros, dás-me logo "a volta". Não li nada do Mr. Bill Bryson, não senhor. Mas sei do teu bom gosto [isto é discutível, eu sei, mas falo dos mts que te conhecem e concordam comigo e daquilo que já leste/ouviste/viste e k eu, ao fazer o mesmo percurso, também elegi como preferências. Como também gostei, pensei: Olha! aqui está uma rapariga de bom gosto! Aqui podes saltar a parte de auto-massagem ao ego :-)].
Vou seguir a tua sugestão e começar por uma qualquer ponta e depois logo te conto (se quiseres saber, claro!)

Lou salomé

Elisa said...

Lou
Mas aviso (e como podes constatar por este excerto) que o senhor Bill Bryson não faz 'literatura séria' no sentido daquela literatura pesada, densa, cheia de intensidade emocional (de que eu também gosto muito)... ça veut dire que não esperes muito mais do que um humor inteligente e vivo. Vais dar umas boas gargalhadas. Aprender algumas coisas sobre alguns lugares do mundo. Aliás ele costuma apresentar-se como alguém cujo sofrimento provoca o riso descontrolado nos outros... eheheh. Ele é brilhante como contador de histórias, como viajante e (atrevo-me) como ser humano. Bom... se calhar atrevia-me a recomendar que lessem (tu e a sem-se-ver) primeiro o Notas sobre um país grande... há lá uma crónica sobre os problemas relacionados com a tecnologia e os computadores que... se não se atirarem para o chão a rir, escusam de vir aqui mais. ;-)))

sem-se-ver said...

ok. bute la comprar esse então (ou tb! :D

Elisa said...

:) esse... também. Não apenas...