As Mãos, os Dedos
Há gestos
como passares muito devagar
a ponta dos teus dedos
na minha cara demasiado branca
que me fazem querer ficar
para sempre
com as tuas mãos
marcadas
Gestos como o abraço
à porta da casa
que me fazem querer
para sempre
os teus dedos
como gritos de silêncio
apertados contra
as minhas costas cansadas
do peso das coisas
que nunca foram feitas
Há gestos
que se fazem
com as mãos abertas
ou só com ponta dos dedos
exaustos
os teus dedos
exaustos
onde se concentra toda a gravidade
das coisas belas
que me impedem de morrer
Gestos
como acordar de repente
no meio de uma áspera madrugada
tacteando
com os dedos sonolentos
a mesa de cabeceira
para encontrar
uma palavra cheia
cheia
como as tuas mãos
no meu rosto
lentamente
Há gestos
como passares muito devagar
a ponta dos teus dedos
na minha cara demasiado branca
que me fazem querer ficar
para sempre
com as tuas mãos
marcadas
Gestos como o abraço
à porta da casa
que me fazem querer
para sempre
os teus dedos
como gritos de silêncio
apertados contra
as minhas costas cansadas
do peso das coisas
que nunca foram feitas
Há gestos
que se fazem
com as mãos abertas
ou só com ponta dos dedos
exaustos
os teus dedos
exaustos
onde se concentra toda a gravidade
das coisas belas
que me impedem de morrer
Gestos
como acordar de repente
no meio de uma áspera madrugada
tacteando
com os dedos sonolentos
a mesa de cabeceira
para encontrar
uma palavra cheia
cheia
como as tuas mãos
no meu rosto
lentamente
4 comments:
escrevo. às vezes escrevo. cada vez menos "no papel". cada vez mais na cabeça. e depois fica assim como um parto difícil. como a criança que, cumprido o tempo de gestação...não nasce. teima em não nascer. e continua a crescer. na cabeça. alimentada por pensamentos. por factos. e por sonhos. muitos. fantasias. também.
o que quero eu dizer-te? que, às vezes, encontro quem "escreva por mim". quem escreve o que eu diria. e assim, como numa banda desenhada, vejo as minhas personagens povoarem outras histórias (ou vice-versa?). e as emoções. e tudo.
e tu, Elisa, que és mais dos lugares do que das pessoas. excepto de uma. fazes-me tão bem!
e não. os teus sítios nunca serão confessionários. só palcos onde, quem quiser, com ou sem caracterização, entra. e conta uma estória. palcos? não. decididamente... mesas de café. com música (da boa!) em fundo.
Lou
se te faço bem, fico contente, maugrado não seja minha intenção quando aqui (ou nos outros blogs) escrevo fazer 'o bem' ou 'fazer bem' a quem me lê. Mas se isso acontece sim, poderei dizer, que é uma sensação maravilhosa.
Mesas de café agrada-me. E boa música sempre, com certeza, embora isso seja um conceito extremamente discutível.
Obrigada. Por me leres. E assim.
gostei muito.
cs
Obrigada cs :)
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