O mundo é cada vez maior. As mulheres continuam (in)visíveis*
Imaginemos um mundo pequenino.
Um mundo com apenas 1000 pessoas.
Num mundo assim, passar-se-ia qualquer coisa como isto:
500 destas pessoas seriam mulheres;
Na verdade, poderiam ser 510, não fosse a prática do aborto selectivo
(corrente em países como a China ou a Índia)
ou a ausência de cuidados médicos adequados;
167 seriam espancadas ou expostas a qualquer outra forma de violência durante a sua vida;
100 destas mulheres teriam sido vítimas de violação ou de tentativa de violação.
Agora imaginem um mundo grande.
Como aquele em que vivemos.
Um mundo com 6 301 464 000 pessoas, das quais 3 132 342 000** são mulheres
e multipliquem.
Neste dia em vez de oferecerem flores às mulheres que conhecem
e que, estou certa, não são vítimas de nenhuma forma de violência...
façam mais qualquer coisa pelas mulheres que não conhecem.
Por aquelas que são vítimas de discriminação, de repressão, de violentações várias.
Porque é preciso lembrar, ao menos neste dia,
que sob qualquer das suas formas, a violência contra as mulheres
é ainda a mais frequente violação dos direitos humanos no mundo.
é ainda a mais frequente violação dos direitos humanos no mundo.
E se não acreditam nisto.
E se acham que o dia 8 de Março
é apenas um dia para oferecer flores,
carreguem aqui.
Adenda após reflexão: vejam e ouçam isto.
Os corações morrem de fome como os corpos;
dai-nos pão, mas dai-nos rosas
(James Oppenheim - Bread and Roses)
*Mulheres (In)Visíveis é o título de um Relatório acerca da violência sobre as mulheres, da Amnistia Internacional - Portugal.
** Dados da Organização das Nações Unidas
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