Tuesday, July 17, 2007

Dia -630

Esqueci-me que fazias 23 anos hoje...

Mas fui ao teu blog e lembrei-me.
Muitos Parabéns Paulo.

(parece que tens coisas para me contar hein? Conta... conta... conta... ;-))

Monday, July 16, 2007

Dia -629

Post Roubado a Mim Mesma*




O meu boneco, imensamente favorecido - por João Tavares

Se eu fosse um desenho animado, era certamente uma figura simpática como esta. Só faria coisas boas. Nunca me arrependeria de nada. Teria um ganchinho permanente a segurar-me a franja e um jornal debaixo do braço, onde se leriam apenas notícias extraordinárias. Se eu fosse um boneco animado a minha vida seria mais verdadeira. E eu muito melhor pessoa. Pelo menos, não teria medo.

* Louis Armstrong (2:27) in 'Hello Dolly'

*ou o estado de desinspiração em que me encontro.

Sunday, July 15, 2007

Dia -628

Assinalar apenas

que entra hoje em vigor a nova lei da despenalização da IVG.

Até que enfim.

Saturday, July 14, 2007

Dia -627

The Dead Girl*

No mínimo, um filme que escapa à silly season cinematográfica.
Por vezes a violência da vida ou lá o que é, faz-nos querer mudar.
De vida. Ou lá o que é.

* um filme de Karen Moncrieff, com a esplêndida Toni Collette e também com Piper Laurie, Giovanni Ribisi, Mary Steenburgen, Mary Beth Hurt, Nick Searcy, Marcia Gay Harden, Kerry Washington, Brittany Murphy

Friday, July 13, 2007

Dia -626

Os Troncos das Árvores

Os troncos das árvores doem-me como se fossem os meus ombros
Doem-me as ondas do mar como gargantas de cristal
Dói-me o luar como um pano branco que se rasga.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Thursday, July 12, 2007

Dia -625

Obras

Tenho o prédio rodeado de andaimes. Envolto numa rede fina.
As janelas cheias de pó.
Cairam quatro pedras grandes hoje na minha varanda
(espero que as coloquem no seu sítio).
O barulho logo de manhã cedo é praticamente insuportável
(tenho que começar a deitar-mer mais cedo).
Procuro não pensar nas obras, mas quando agora abro as janelas do meu 4º andar,
em vez do céu habitual,
costumo ver os pés dos trabalhadores ao nível da minha cabeça.
O chão de cada um de nós é uma coisa mesmo muito flutuante.

Wednesday, July 11, 2007

Dia -624

Só depois, algum tempo depois, é que pensamos na inutilidade de certas coisas

... como explicar borboletas a uma tartaruga*

* Amos Oz - O Mesmo Mar, p.29

Tuesday, July 10, 2007

Dia -623

Olé!!

- Então e tu? De que clube és? Do benfica ou do sporting?
- Não sou de clube nenhum.
- ?!?? como?!?? Todos os portugueses têm um clube!

Então é isso!
Ou é por isso!

Monday, July 09, 2007

Dia -622

«Devemos compreender uma coisa...

só nos temos a nós mesmos - este mundo, com as suas leis, não nos dá mais nada. Não deixaremos nada para trás quando morrermos: nada para além da nossa memória»

(da peça de Athol Fugard Sizwe Banzi Morreu, encenada por Peter Brook, no
Festival de Almada, 7/7)

Friday, July 06, 2007

Dia -619

So... all you need is love*

There's nothing you can do that can't be done.
*e ter a cabeça limpa.

Thursday, July 05, 2007

Dia -618

Há perguntas

cuja resposta devia vir antes de ser necessário formulá-las.
Esta por exemplo:
what can one do when a love affair is over?

Wednesday, July 04, 2007

Momento de Intervalo...

rente ao chão
e sim, é preciso que me lembrem que eu sou preciosa

Dia -617

Por exemplo, esta


Astor Piazzola - Soledad

Tuesday, July 03, 2007

Dia -616

Haverá coisa mais bonita para se dizer?*

«Tu devias viver dentro de uma canção de amor»

(*Obrigada Alberto)

Monday, July 02, 2007

Dia -615

Não sei o que é o amor
mas gostava de aprender sem saber o significado da tristeza.

Sunday, July 01, 2007

Dia -614

Tudo o que vem de ti
é natural. E comove-me.

Saturday, June 30, 2007

Dia -613

Ser de Pedra,
como em Santiago são as pedras.
Antigas.
E com o peso tranquilo
que o tempo dá.

Friday, June 29, 2007

Dia -612

Jerry Clovis - Jazz Party II
O meu outro blog faz hoje dois anos.
Estou contente.

Wednesday, June 27, 2007

Tuesday, June 26, 2007

Dia -609

A Maravilha, Alexandre
é ter bloggers amigos, como tu.

Monday, June 25, 2007

Dia -608

As pessoas têm estrelas...

que não são as mesmas para todas elas*.

É uma metáfora evidente.
Às vezes é preciso ver as evidências.


* Antoine de Saint-Exupéry -
O Principezinho

Sunday, June 24, 2007

Dia -607

Ama Como a Estrada Começa*
haverá outra maneira?
Mesmo que haja outra maneira,
na verdade,
não me interessa.
Amar deve ser sempre uma estrada a começar.
Ou uma rua, como em
no teu amor por mim há uma rua que começa**.
É essa rua que quero.
É a beleza desse caminho por fazer que procuro.
Com as mãos completamente abertas.
E as palavras prontas a ser ditas.
Mesmo se de modo duro.
É isto. Ou nada.
* Mário Cesariny
** Ruy Belo

Saturday, June 23, 2007

Dia -606

(Pas) A Bout de Souffle*

*Era para escrever sobre A Bout de Souffle de Jean-Luc Godard, que vi ontem, no Cineclube de Aveiro. Já vi muitas vezes este filme.

Nunca o tinha visto em écran gigante.
Sempre me comoveu o rosto de Jean Seberg.


Depois, como todos os dias, fui ao Respirar o Mesmo Ar e encontrei um texto assim. Com respirações como esta:

Há um compromisso no escrever. No ler. Esse compromisso é uma viagem. Uma aventura.

E constatei outra vez que a escrita do Joaquim é,

tal como o rosto da Jean Seberg,

uma coisa que me comove.

Friday, June 22, 2007

Dia -605

Transparência
Quando eu digo gosto muito de ti.
Quero dizer mesmo.
Que.
Gosto.
Muito.
De.
Ti.

Thursday, June 21, 2007

Dia -604

Solstício de Verão
Eu prefiro o de Inverno.
Já se sabe.
É a noite mais longa do ano.

Wednesday, June 20, 2007

Dia -603

Em Vésperas do Solstício de Verão
I'am walking on sunshine!

Nina Simone - Here Comes the Sun

Tuesday, June 19, 2007

Dia -602

Se perguntarem por mim
já volto.
Agora estou um bocado aparvalhada.

Monday, June 18, 2007

Dia -601

Já que temos a valsa começada...



... pois dancemos.
En Viena hay diez muchachas,
un hombro donde solloza la muerte
y un bosque de palomas disecadas.
Hay un fragmento de la mañana
en el museo de la escarcha.
Hay un salón con mil ventanas.


¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals con la boca cerrada.


Este vals, este vals, este vals, este vals,
de sí, de muerte y de coñac
que moja su cola en el mar.


Te quiero, te quiero, te quiero,
con la butaca y el libro muerto,
por el melancólico pasillo,
en el oscuro desván del lirio,
en nuestra cama de la luna
y en la danza que sueña la tortuga.


¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals de quebrada cintura.


En Viena hay cuatro espejos
donde juegan tu boca y los ecos.
Hay una muerte para piano
que pinta de azul a los muchachos.
Hay mendigos por los tejados,
hay frescas guirnaldas de llanto.


¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals que se muere en mis brazos.


Porque te quiero, te quiero, amor mío,
en el desván donde juegan los niños,
soñando viejas luces de Hungría
por los rumores de la tarde tibia,
viendo ovejas y lirios de nieve
por el silencio oscuro de tu frente.


¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals, este vals del "Te quiero siempre".


En Viena bailaré contigo
con un disfraz que tenga
cabeza de río.
¡Mira qué orillas tengo de jacintos!
Dejaré mi boca entre tus piernas,
mi alma en fotografías y azucenas,
y en las ondas oscuras de tu andar
quiero, amor mío, amor mío, dejar,
violín y sepulcro, las cintas del vals.

(Frederico Garcia Lorca - Pequeño Vals Vienés)

Sunday, June 17, 2007

Dia -600

Físico-Química
«Estar apaixonado é ter mais ar para respirar»

Saturday, June 16, 2007

Dia -599

Muitas vezes...

é como se estivessemos dentro de um poema. Como este, por exemplo
Tenho o nome de uma flor
Quando me chamas
Quando me tocas
Nem eu sei
Se sou água
Rapariga
Ou algum pomar que atravesse
i
(Eugénio de Andrade)

Friday, June 15, 2007

Dia -598

Numa Livraria de Sevilha...
vi o livro A Chuva Amarela e, claro: pensei em ti.
É extraordinário permanecer assim na memória dos outros.
(sms do meu amigo Luiz, um jardineiro das palavras,
que mais uma vez se meteu ao caminho de Santiago, desde as margens do Lago di Como)
(Para quem não sabe, A Chuva Amarela é um livro de Julio Llamazares. Outro dos meus memes)

Thursday, June 14, 2007

Dia -597

Hasta Siempre, Comandante!



Parece* que se Che Guevara fosse vivo faria hoje 79 anos.

*há uma fonte (via wikipédia) que refere que Che Guevara nasceu a 14 de Maio de 1928 e não a 14 de Junho, do mesmo ano, como consta de todas as suas biografias.

Wednesday, June 13, 2007

Dia -596

O 'Sistema', diz ele...
é este:
Atrevo-me a responder olha que não. Ou que nem sempre.
E mesmo que seja assim, na generalidade, há sempre lugar, entre a produção e o consumo,
para esse aperfeiçoar da contemplação do mundo que nos rodeia.
Mas eu sei que sabes isto.

Tuesday, June 12, 2007

Dia -595

Ora Esta!!!

Aparentemente faço parte da society da blogosfera...
quer dizer, para ali está a minha cara a preto e branco, de olhos míopes,
no meio de uma série de colunáveis.
O link é (naturalmente) para o Bebedeiras de Jazz, mas de qualquer modo...
quer dizer... ehr... cof cof...
sou uma pop star da blogosfera nacional e não sabia.
Bem Hajam, ou assim, muito embora
a utilidade de tal quadro e referências seja imensamente discutível, just as this post...

(bom, ninguém me garante que aquilo é uma festinha no ego... f-world bem pode ser de fucked-up people)

Monday, June 11, 2007

Sunday, June 10, 2007

Dia -593

10 de Junho

Viva a Espanha!
(e a República Checa e a Hungria e a Polónia e a Roménia e a Áustria e a Irlanda e a Grã-Bretanha e a França e a Itália e a...

Friday, June 08, 2007

Dia -591

O Riso
Partilhar o riso deve ser uma das melhores maneiras de aproximar as pessoas.
As pessoas que interessam, pelo menos.
Ou as que ainda sabem rir-se de si mesmas.
Ou seja. Justamente. As que interessam.

Thursday, June 07, 2007

Dia -590

Não,

estes posts não são posts apaixonados.
São posts comovidos.
Às vezes as pessoas comovem-me.
É isto.

Wednesday, June 06, 2007

Dia -589

Não há nenhuma língua...

que sirva para explicar o assombramento que me causas.
E estaria muito bem assim.
Não fosse ter acontecido o improvável.

(Isto devia ser um post sobre a paixão.
Mas agora parece-me mais um anúncio a uma qualquer companhia de seguros)

Tuesday, June 05, 2007

Dia -588

One (straight) From The Heart*



É porque tu existes que mais ninguém existe.
Apercebo-me disto.
E depois. Nada.

*sim, o que está em letras maiores é o título de um (belo) filme, de 1982,
de Francis Ford Coppola.

A música que o Tom Waits aqui canta (Take me home) também faz parte da banda sonora. Não exactamente esta versão.

Monday, June 04, 2007

Dia -587

Os Alunos, essas fontes inesgotáveis de alegria (IV)

Hoje quando abri um trabalho de um dos grupos, para o corrigir,
apareceu-me uma página
(invulgar em trabalhos de alunos do 1º ano)
de Agradecimentos.
Achei bem.
Agradeciam a quem os tinha ajudado a recolher os dados,
a quem lhes tinha facultado informações, etc.
Lá no meio... apareceu um agradecimento extraordinário.
Primeiro porque era a mim.
(E a mim não precisam de me agradecer coisa nenhuma, os alunos.
Ou seja, faço a minha obrigação ao orientá-los, no seu trabalho)

Segundo porque me agradeciam em primeiro lugar
(pasme-se!)
o meu excelente sentido de humor.

Sunday, June 03, 2007

Dia -586

Duh!!!
Ouvido, de passagem, a uma moça, na Feira do Livro de Lisboa:
ó pá... mas isto é só pessoas... e livros.
Que estaria a moça à espera de encontrar?

Saturday, June 02, 2007

Dia -585

Still Life*
As cidades são ruínas. Ou hão-de ser.
As pessoas desmoronam.
Como os prédios.
* ou Natureza Morta, um absolutamente brilhante filme de Jia Zang Ke

Thursday, May 31, 2007

Momento de Intervalo...

... em que constato que sou capaz de já me ter arrependido...
e muito, de ter desperdiçado o bilhetinho grátis que ontem me
ofereceram para ir ver este rapaz ao TAGV.
Pior do que uma pessoa arrependida,
só mesmo uma pessoa muito parva arrependida.
aqui uma versão mais nítida

Andrew Bird - A Nervous Tic Motion of The Head To The Left
Hoje no Cine-Teatro S. Jorge em Lisboa.
Amanhã no Teatro-Circo de Braga.
Alguém me oferece (outra vez) um bilhetinho? Por favor...?

Dia -583

Por falar em coisas que andamos a precisar...
vamos lá aqui ouvir isto tudo até ao fim e
a seguir fazer qualquer coisa que se veja e que se sinta!

FMI
Cachucho não é coisa que me traga a mim
Mais novidade do que lagostim
Nariz que reconhece o cheiro do pilim
Distingue bem o mortimor do meirim
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Há tanto nesta terra que ainda está por fazer
Entrar por aí a dentro, analisar, e então
Do meu 'attachi-case' sai a solução!
FMI
Não há graça que não faça o
FMI
FMI
O bombástico de plástico para si
FMI
Não há força que retorça o FMI
Discreto e ordenado mas nem por isso fraco
Eis a imagem 'on the rocks' do cancro do tabaco
Enfio uma gravata em cada fato-macaco
E meto o pessoal todo no mesmo saco
A produtividade, ora aí está, quer dizer
Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder
Batendo o pé na casa, espanador na mão
É só desinfectar em superprodução!
FMI
Não há truque que não lucre ao
FMI
FMI
O heróico paranóico 'hara-quiri'
FMI
Panegírico, pro-lírico daqui
Palavras, palavras, palavras e não só
Palavras para si e palavras para dó
A contas com o nada que swingar o sol-e-dó
Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó
A produtividade, ora nem mais, célulazinhas cinzentas
Sempre atentas
E levas pela tromba se não te pões a pau
Num encontrão imediato do 3º grau!
FMI
Não há lenha que detenha o
FMI
FMI
Não há ronha que envergonhe o
FMI
FMI ...
Entretém-te filho, entretém-te, não desfolhes em vão este malmequer que bem-te-quer, mal-te-quer, vem-te-quer, ovomalt'e-quer, messe gigantesca, vem-te vindo, vi-me na cozinha, vi-me na casa-de-banho, vi-me no Politeama, vi-me no Águia D'ouro, vi-me em toda a parte, vem-te filho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos que te orgulham por esses cartazes fora, olha a Música no Coração da Indira Gandi, olha o Muchê Dyane que te traz debaixo d'olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né filho? Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o astro, não é filho? O cabrão do astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha-da-puta, não é filho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transação e estás a pensar lá com os teus botões: Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde de nascente? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? Ah-ni-qui-bé-bé, ah-ni-qui-bó-bó, tu és 'Sepuldra' tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te filho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de Sanzala e ritmo de pop-xula, não é filho?A one, a two, a one two three
FMI dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...
Come on you son of a bitch! Come on baby a ver se me comes! Come on Luís Vaz, 'amanda'-lhe com os decassílabos que os senhores já vão ver o que é meterem-se com uma nação de poetas! E zás, enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás, enfio-te o Ary dos Santos no Álvaro de Cunhal, zás, enfio-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás, enfio-te a Natalia Correia no Sá Carneiro, zás, enfio-te o Pedro Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada ao integralismo Lusitano, a estender o braço, meio Rolão Preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né filho? Pois, o irreversível, pois claro, o irreversívelzinho, pluralismo a dar com um pau, nada será como dantes, agora todos se chateiam de outra maneira, né filho? Ora que porra, deixa lá correr uma fila ao menos, malta pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Preocupações, crises políticas pá? A culpa é dos partidos pá! Esta merda dos partidos é que divide a malta pá, pois pá, é só paleio pá, o pessoal na quer é trabalhar pá! Razão tem o Jaime Neves pá! (Olha deixaste cair as chaves do carro!) Pois pá! (Que é essa orelha de preto que tens no porta-chaves?) É pá, deixa-te disso, não destabilizes pá! Eh, faz favor, mais uma bica e um pastel de nata. Uma porra pá, um autentico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa... Tá bem, essa merda da pide pá, Tarrafais e o carágo, mas no fim de contas quem é que não colaborava, ah? Quantos bufos é que não havia nesta merda deste país, ah? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, ah? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, ah? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem... E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do... que dia é hoje, ah?
FMI Dida didadi dadi dadi da didi
FMI ...
Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é filho? Todos temos culpas no cartório, foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-faxistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole e o Zé é que se lixa, cá o pintas azeite mexilhão, eu quero lá saber deste paleio vou mas é ao futebol, pronto, viva o Porto, viva o Benfica, Lourosa, Lourosa, Marraças, Marraças, fora o arbitro, gatuno, bora tudo p'ro caralho, razão tinha o Tonico de Bastos para se entreter, né filho? Entretém-te filho, com as tuas viúvas e as tuas órfãs que o teu delegado sindical vai tratando da saúde aos administradores, entretém-te, que o ministro do trabalho trata da saúde aos delegados sindicais, entretém-te filho, que a oposição parlamentar trata da saúde ao ministro do trabalho, entretém-te, que o Eanes trata da saúde à oposição parlamentar, entretém-te, que o FMI trata da saúde ao Eanes, entretém-te filho e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá! Podes estar descansado que o Teng Hsiao-Ping está a tratar de ti com o Jimmy Carter, o Brezhnev está a tratar de ti com o João Paulo II, tudo corre bem, a ver quem se vai abotoar com os 25 tostões de riqueza que tu vais produzir amanhã nas tuas oito horas. A ver quem vai ser capaz de convencer de que a culpa é tua e só tua se o teu salário perde valor todos os dias, ou de te convencer de que a culpa é só tua se o teu poder de compra é como o rio de S. Pedro de Moel que se some nas areias em plena praia, ali a 10 metros do mar em maré cheia e nunca consegue desaguar de maneira que se possa dizer: porra, finalmente o rio desaguou! Hão te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canada ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acho normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, arrefinfa-lhe o Bruce Lee, arrefinfa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o euroscópio, dois ou três ofeneologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma Grace do Mónaco de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas! Piramiza filho, piramiza, antes que os chatos fujam todos para o Egipto, que assim é que tu te fazes um homenzinho e até já pagas multa se não fores ao recenseamento. Pois pá, isto é um país de analfabetos, pá! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-xula, pop-xula pop-xula, iehh iehh, J. Pimenta forever! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti, não te chega para o bife? Antes no talho do que na farmácia; não te chega para a farmácia? Antes na farmácia do que no tribunal; não te chega para o tribunal? Antes a multa do que a morte; não te chega para o cangalheiro? Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, cabrões de vindouros, ah? Sempre a merda do futuro, a merda do futuro, e eu ah? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá, e eu? José Mário Branco, 37 anos, isto é que é uma porra, anda aqui um gajo cheio de boas intenções, a pregar aos peixinhos, a arriscar o pêlo, e depois? É só porrada e mal viver é? O menino é mal criado, o menino é 'pequeno burguês', o menino pertence a uma classe sem futuro histórico... Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais vale só do que mal acompanhado, vá mandem-me lavar as mãos antes de ir para a mesa, filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos! Deixem-me em paz porra, deixem-me em paz e sossego, não me emprenhem mais pelos ouvidos caralho, não há paciência, não há paciência, deixem-me em paz caralho, saiam daqui, deixem-me sozinho, só um minuto, vão vender jornais e governos e greves e sindicatos e policias e generais para o raio que vos parta! Deixem-me sozinho, filhos da puta, deixem só um bocadinho, deixem-me só para sempre, tratem da vossa vida que eu trato da minha, pronto, já chega, sossego porra, silêncio porra, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me morrer descansado. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Benfica e do bispo do Porto, eu quero se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra, rua, larguem-me, zórpila o fígado, arreda, 'terneio' Satanás, filhos da puta. Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI me foda a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se eu tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe...
Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...
Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o carvalhal? É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois.
Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto.
José Mário Branco - FMI
Tirado daqui

Wednesday, May 30, 2007

Dia -582

Obrigada, digo eu...
surripiando esta que é uma das minhas músicas (e letras) preferidas de todos os tempos.
Tenho um fraquinho pelo Sérgio Godinho desde que me conheço a conhecê-lo.
Hoje em dia já não o ouço muito.
Porque sou parva.
Quando o ouço é que vejo a falta que isto (estas coisas, coisas como esta) me faz.


Sérgio Godinho - A Noite Passada

Cheguei-me a ti.
disse baixinho: olá
toquei-te o ombro
e a marca ficou lá

(este é um dos meus memes, seguramente)

Tuesday, May 29, 2007

Dia -581

Driving Lessons
Pois não sei como deixei escapar este delicioso...
d e l i c i o s o
filme de Jeremy Brock.
Ainda bem que há um Cineclube em Aveiro.
Entretanto, porque também me dão lições de condução frequentemente,
acrescentei à lista da direita:
a Ana de Amesterdam, porque eu, se pudesse ser, escrevia como ela,
as meninas, com nome de vocalistas de girls band ou assim, da Irmandade do Macaco,
a Lida Insana, porque também o meu ser deixo evaporar em insanas demandas ou lá o que é, algumas muito parecidas com as da Susana,
o Paraíso na Outra Esquina, porque gosto do Paulo. E do modo como ele olha para as coisas,
(apesar dos erros ortográficos... ai)
O Regabofe, de Miss Woody & Miss Allen... é preciso dizer mais alguma coisa?
E finalmente, uma fantasia minha... mas não necessariamente com o prefixo (?) wo e com companhia feminina, o Womenage a Trois.

Monday, May 28, 2007

Dia -580

Je ne veux pas travailler*
* pois, nem eu. E depois... fumo.
Ma chambre a la forme d'une cage
Le soleil passe son bras par la fenêtre
Les chasseurs à ma porte
Comme des petits soldats
Qui veulent me prendre
Je ne veux pas travailler
Je ne veux pas déjeuner
Je veux seulement oublier
Et puis je fume
Déjà j'ai connu le parfum de l'amour
Un millions de roses
N'embaumeraient pas autant
Maintenant une seule fleur
Dans mes entourages
Me rend malade
Je ne veux pas travailler
Je ne veux pas déjeuner
Je veux seulement oublier
Et puis je fume
Je ne suis pas fière de ça
Vie qui veut me tuer
C'est magnifique
Etre sympathique
Mais je ne le connais jamais
Je ne veux pas travailler
Je ne veux pas déjeuner
Je veux seulement oublier
Et puis je fume
Je ne suis pas fière de ça
Vie qui veut me tuer
C'est magnifique
Etre sympathique
Mais je ne le connais jamais
Je ne veux pas travailler
Je ne veux pas déjeuner
Je veux seulement oublier
Et puis je fume

Sunday, May 27, 2007

Dia -579

Gosto Disto*


*e dos Pink Martini... já há muito tempo.

Thursday, May 24, 2007

Dia -576

Eis-me Chegada ao Último Dia de Aulas...
do ano lectivo de 2006/2007.
Sim.
É bom ter folga das aulas até Setembro.
Claro há os exames em Junho, em Julho e em Setembro
para fazer e corrigir.
Os trabalhos práticos para corrigir.
E também ainda aulas aos Mestrados e respectivas avaliações.
E também as outras ene coisas todas.
Mas é bom chegar (mais ou menos) ao fim de mais um ano lectivo.
Mas o melhor foi que os meus alunos do 1º semestre
se vieram despedir de mim.
Tão queridos.

Tuesday, May 22, 2007

Dia -574

Irritação
Pois. Estou. Melhor. Ando. Irritada.
Não é spm.
Não sei o que é.
Mas aborrece-me esta irritação.
Face a tudo. E a todos.

Monday, May 21, 2007

Dia -573

Assim de repente, Luís...
isso não me parece muito bem.
Quebrar as cadeias de felicidade.
Estas não. As outras.

Sunday, May 20, 2007

Dia -572

Lengalengas Susana, sei poucas...

... mas escolhi esta que tem a ver com o tempo... essa disposição mental:

O tempo perguntou ao tempo
quanto tempo o tempo tem
e o tempo respondeu ao tempo
que o tempo tem tanto tempo
quanto tempo o tempo tem

E quanto ao resto... com o avançar da Primavera, começa a haver sinais,
mas nada de paixões assolapadas. Ainda.


Saturday, May 19, 2007

Dia -571

Eu às vezes também me pergunto o mesmo

Friday, May 18, 2007

Dia -570

K
Eu acho extraordinário receber sms de pessoas com mais de 40 anos
cheias de k em vez de q.
Aliás, eu acho inkietante ke kualker pessoa eskreva assim.
Mesmo muito inkietante.
Mas naturalmente ke sou eu ke sou uma kota ke não percebe
ke a língua deve ser kualker koisa de dinâmiko.
Pois klaro.

Thursday, May 17, 2007

Dia -569

E...

um olhar perdido é tão difícil de encontar
como o é congregar ventos dispersos pelo mar

(Ruy Belo)

Wednesday, May 16, 2007

Dia -568

Há qualquer coisa ainda indefinível...
a aproximar-se. Hoje ouvi pelo menos dez vezes seguidas
(e vieram-me lágrimas, não de tristeza mas de pura comoção, aos olhos, como sempre, em cada uma dessas vezes)
o Keith Jarrett a tocar Mon coeur est rouge. Na minha versão preferida.
Não a do Carnegie Hall Concert (disco 2).
Mas outra, pouco conhecida e que uma pessoa
(que entrou na minha vida apenas para que eu ouvisse esta música e passasse a amá-la)
um dia me ofereceu.
E é por isto, por esta coisa tão aparentemente inócua,
que eu sei
que há qualquer coisa, ainda indefinível
que se aproxima.
Só não sei o quê.
Mas isso é amplamente irrelevante.

Tuesday, May 15, 2007

Dia -567

E se, de repente, um desconhecido lhe oferecer flores?

Hoje em dia, o mais provável é levar com elas na cara!

Monday, May 14, 2007

Sunday, May 13, 2007

Dia -565

O Que Foi Feito de Ti?

Já me lembrei

um erro, o único grande erro, que fiz na porra da vida.
Mas não podia ter errado de uma maneira tão certa
ou acertado de uma maneira tão errada.
Não podíamos ter evitado errar
de tão certos que estávamos.

Já me esqueci.

Saturday, May 12, 2007

Dia -564

Qualquer dia ainda me apanham num Festival de Verão, patrocinado por uma cerveja qualquer, a ouvir coisas como esta...*


*Ok, podia dar-me para muito pior. Obrigada, miúdo ;-)). Agora além de te gabares da Amy Winehouse, podes gabar-te também dos Heavy Trash.

Friday, May 11, 2007

Dia -563

Temporariamente Indisponível...

... O Paraíso na Outra Esquina *


* ou de como, sem querer, se dizem grandes verdades.

Agora que fiz o link, vê lá se pões o paraíso disponível, rapaz.
Que já nos fazia falta. O paraíso estar disponível, quero dizer.

Thursday, May 10, 2007

Dia -562

Peoplespotting from a classroom
Eu observo.
É natural, por isso, que saiba o que ainda não me contaram.

Wednesday, May 09, 2007

Dia -561

Peoplespotting from a train

As paisagens são velozes além da janela.
As estações são pontuais.
Os mesmos beijos de namorados recentes.
As mesmas duas mulheres muito gordas sentadas nos bancos.
O homem, o mesmo, que não sabe onde pôr as mãos.
Até que lhe digo adeus.

Tuesday, May 08, 2007

Dia -560

Hum...
... pois... hum... ehr... estou meia sem assunto...
talvez isto de ter blogs... hum... ehr... já não seja assim muito...
hum... ehr... estimulante... ou isso...

Monday, May 07, 2007

Dia -559

Resistir...
... é muito difícil, por vezes.
Desistir é incomparavelmente mais fácil.

Sunday, May 06, 2007

Dia - 558

Feliz Dia da Mãe, Mãe, mas...

sopa só para lá da fronteira ideológica, por favor.

Friday, May 04, 2007

Dia -556

«É preciso partir isto tudo!»...
diz o Zé Mário Branco à Carla de Elsinore.
É sim. É preciso partir isto tudo e depois tentar construir um país a sério, de gente a sério!

Wednesday, May 02, 2007

Dia -554

Preciso de Verdade e de Aspirina...
estou constipada.
Dói-me a garganta.
Já agora, uma canja também calhava bem.
A verdade é apenas, neste contexto, um acessório,
dispensável portanto, já que a minha constipação,
ao contrário da do Fernando Pessoa, nada tem de metafísico

Tuesday, May 01, 2007

Dia -553




...
So comrades, come rally
And the last fight let us face
The Internationale
unites the human race.


...
C'est la lutte finale
Groupons-nous, et demain
L'Internationale
Sera le genre humain

...
È la lotta finale,
Uniamoci, e domani
L’Internazionale
Sarà il genere umano.


...
Volker, hort die Signale!
Auf, zum letzten Gefecht!
Die Internationale
Erkampft das Menschenrecht

...
Agrupémonos todos,
en la lucha final.
El género humano
es la internacional.

...
Это есть наш последний
И решительный бой.
С Интернационалом
Воспрянет род людской!

...
Por finlukto socia
Ni grupiĝu en rond',
Kaj la Internacio
Triumfu en tutmond' !

...
Bem unidos façamos
nesta luta final
uma terra sem amos
a Internacional

Monday, April 30, 2007

Dia -552

Xutos

A diferença, relativamente há vinte e muitos anos atrás,
é que hoje me doem os pés.

Sunday, April 29, 2007

Dia -551

(In)Compatibilidades Fundamentais

- De que signo és?
- Capricórnio... mas que interessa isso?
- Ah... eu sou Gêmeos. Não somos compatíveis. Adeus.

Saturday, April 28, 2007

Dia - 550

Рапорт

Из-за холода я плох горла

Friday, April 27, 2007

Thursday, April 26, 2007

Dia -548

Eis uma Questão Fundamental

Cliquem na imagem, para a aumentar

Que, estou segura, muitos dos meus alunos colocam a si mesmos.

Talvez não exactamente esta. E não em francês, essa língua que serve cada vez para menos*. Mas questões muito semelhantes. Com os mesmos resultados.

* Lamentavelmente, do meu ponto de vista.

Tradução para aqueles que, como os meus alunos, consideram o francês uma língua sem qualquer préstimo:

1ª - Os principais rios do mundo! Para que serve aprender quais são os principais rios do mundo?

2ª - Tudo isto por causa dessa estúpida mania de querer dar nomes a tudo o que existe!

3ª - Passámos todo o dia de ontem a estudar! E porquê? Ah, sim, eu sei! Cultura para aqui, cultura para ali!

4ª - Mas amanhã de que me servirá saber que o Everest é navegável?

Wednesday, April 25, 2007

Dia -547

Ou Comemorar
Sempre!
O Dia em que Finalmente
a Poesia saiu à Rua

*

Maria Helena Vieira da Silva

* José Afonso - Grândola, Vila Morena

Dia -546 ou a véspera...

do Dia Inicial, Inteiro e Limpo*

E Depois do Adeus - Paulo de Carvalho
* Sim, o dia inicial, inteiro e limpo ou o eterno recurso ao mais belo poema sobre o 25 de Abril... intitulado exactamente 25 de Abril... da Sophia de Mello Breyner.

Tuesday, April 24, 2007

Momento de Intervalo...

Livros...
não são só papeis pintados com tinta. São viagens de natureza variada. São janelas para a alma humana.

Dia -545

Google It


No Dia da Terra (ontem), mais uma muito adequada transfiguração do Google.

Sunday, April 22, 2007

Dia -544

O Dia da Terra


Há 37 anos celebrou-se nos EUA o primeiro Dia da Terra.
As coisas mudaram. Parece-me.
Para bastante pior.
Mas talvez seja possível ainda
recuperar qualquer coisa... ou reforçar o sentimento
de que somos todos da condição da terra.

Saturday, April 21, 2007

Dia -543

Estou Cansada. Bolas. Estou Cansada...

mas podia estar pior, suponho.
Podemos sempre estar pior.
Suponho.

Thursday, April 19, 2007

Dia -540

Um pouco mais de festinhas no meu ego habitualmente tão carenciado
Numa conferência onde estou completamente imersa há um dia e que se prolongará por mais dois, um dos conferencistas, ainda jovem, diz-me: "ah você é que é a fulana de tal... até que enfim que a conheço. A sua tese foi a minha bíblia".
E até sabia o raio do título do raio da tese de cor.
Bolas!

Tuesday, April 17, 2007

Dia -539

A Primavera e as Pessoas Importantes
Isto deve ser da Primavera, com certeza.
Mas de repente algumas das pessoas
que foram muito importantes para mim, lá mais atrás
telefonam-me inesperadamente
só para saber se estou bem
e outras
mandam-me mails em que dizem coisas
como tive saudades tuas hoje às 5 da manhã.
Obrigada.
Tudo isso me faz bem ao ego*.
E vocês continuam a ser pessoas importantes para mim,
claro.
E eu também tenho saudades vossas.
Geralmente a essas horas improváveis.
Mas eu sou noctívaga. Ainda sou.
* e é sabido como eu gosto de festinhas no ego.

Dia -538

Limpezas de Primavera*


* ou Mafalda, a minha heroína de sempre

Monday, April 16, 2007

Dia -537

Uma Animadora Parvoíce*


*Vista no blog da Ana e imediatamente seguida :-))

Sunday, April 15, 2007

Dia -536

A Meu Favor

A meu favor

Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer

A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.

Alexandre O'Neill

Saturday, April 14, 2007

Dia -535

Os Alunos, essas fontes inesgotáveis de informação

Todos os dias aprendo coisas novas com os meus alunos.
Um deles disse-me hoje que com um pacote de pringles (vazio, naturalmente) e uma escumadeira, eu poderia roubar a ligação wireless a alguém que a tivesse desprotegida, num raio de alguns quilómetros. Isto desde que se coloque os artefactos mencionados no telhado do edifício, claro.

Desculpem, mesmo que não funcione lá muito bem (ou mesmo que nem funcione de todo), é uma ideia fascinante.

Juntar isto

a isto


e obter uma antena que (assegura ele) funciona tão bem como a mais avançada tecnologia, é absolutamente maravilhoso.
Eu ainda não fiz a experiência... nem me parece que vá fazê-la, mas para os interessados poderei tentar que o aluno me divulgue mais pormenores de uma tão complexa operação
;-)).

Thursday, April 12, 2007

Dia -534

Legalize It*



* Já agora leiam e/ou ouçam o texto dito pelo João Cardoso, no Endrominus

Dia -533

Perceber

Às vezes é preciso distância e tempo para perceber completamente
porque é que estivemos apaixonados por uma dada pessoa.

Às vezes nem a distância ou o tempo ajudam a perceber completamente
porque é que estivemos apaixonados por uma dada pessoa.

Eu ainda não decidi.
Mas é Primavera e tal.
Talvez não seja a altura ideal para tentar perceber as paixões passadas.

Wednesday, April 11, 2007

Dia -532

Em Bom Vernáculo...

estou-me a cagar para o facto do Primeiro-Ministro ser Licenciado,
Pós-Graduado, Mestre, Doutorado...
ter a escolaridade obrigatória ou ser analfabeto...
estou-me a cagar para o facto de se ter licenciado a um domingo,
numa universidade inqualificável...
whatever.
O que eu acho indecente é o silêncio do tipo.
Como se não tivéssemos o direito de saber se ele nos mentiu ou não.
E se nos mentiu... a inconsistência com a sua postura de arauto da luta contra a corrupção,
de virtuoso, rigoroso e inflexível é tanta... que o melhor é demitir-se. Tipo: Já!

Tuesday, April 10, 2007

Dia -531

Lisboa

As saudades que eu tenho de Lisboa...
só dou conta delas quando calha olhar o Tejo, por exemplo,
do Alto de Santa Catarina ou do Miradouro da Graça.
Podia haver uma cidade mais bonita.
Mas acontece que não há.

Monday, April 09, 2007

Dia -530

Uma Nova Voz do Jazz*




*Robin McKelle, aqui interpretando Bei Mir Bist Du Schon.
Há mais (e melhores e mais jazzie) músicas em Introducing Robin McKelle

Sunday, April 08, 2007

Dia -529

INLAND EMPIRE*
Aparentemente, se começamos por abrir uma porta, uma qualquer porta,
nunca saberemos onde iremos parar, sem sair de dentro de nós.
*o novo filme de David Lynch

Friday, April 06, 2007

Dia -528

Do Lado do Cu do Cristo Rei...*

está-se mesmo muito bem.
E eu que vivi tantos anos em Lisboa e não conhecia o Incrível Club.
Tipo a casa da avó... melhor: tipo várias casas da avó.
Um décor fabuloso.
Como estar dentro de um filme do Kusturica.
Claro que o concerto dos O'queStrada ajudou muito ao 'estar-se bem'.
Estes moços vão longe...
é ou não é? Ai cá para mim é!*


*pedacinhos de letras dos incríveis O'queStrada.

Thursday, April 05, 2007

Dia -527

Estes Cavalheiros...
têm feito mais pela consciência cívica e social dos portugueses do que todos os políticos juntos (incluíndo os licenciados, os para-licenciados e os quase-licenciados).
Obrigada!

Wednesday, April 04, 2007

Dia -526

Eu bem disse que esta miúda* dava uma belíssima cantora de Jazz...
ora aqui têm a prova

* Amy Winehouse - Teach me Tonight
(ainda assim, das múltiplas versões (jazz e menos jazz, cantadas ou apenas instrumentais) que conheço desta música, a minha preferência vai para as da Dinah Washington e da Sarah Vaughan).
Já agora, a ouvir também no You Tube as versões da Amy Winehouse de standards como Tenderly ou There is no Greater Love.

Dia -525

Estou com a Susana Bês*

«Nos entrementes, vai a Primavera avançada e nicles de paixões assolapadas. Não está certo!»

Claro que não!

*cujo blog Lida Insana só não está ainda na coluna da direita, porque eu sou uma grande preguiçosa.

Tuesday, April 03, 2007

Dia -524

Agora já no You Tube, outra vez os 4PorTango*


*Lamentavelmente, o som não é grande coisa, nem a imagem, mas além dos excelentes músicos no piano, no saxofone, no clarinete e no acordeão, há um percussionista que toca tigelas de esmalte, livros, sinos, tubos de escape, sacos de plástico e mais umas quantas coisas.

Monday, April 02, 2007

Dia -523

4PorTango*

Enquanto não chega ao You Tube um vídeo destes originais
intérpretes de Astor Piazzolla,
aqui fica o Verano Porteño interpretado pelo próprio.


*tocam em Aveiro, na Feira de Março, a 6 de Abril de 2007.
Hoje tocaram em Águeda.