Eu não devia viver dentro de uma canção de amor.
Dessas de onde apetece fugir.
Onde as notas são como facas.
Dessas canções.
De amor.
Onde as notas são lágrimas afiadas.
A vazar-nos os olhos.
A rasgar-nos a carne.
A queimar-nos a pele.
Eu devia viver dentro de uma canção de amor.
Onde o teu sorriso não estivesse.
A lembrar-me para sempre.
Onde era o amor.
Onde eram as notas.
Mansas.
Como as árvores centenárias.
Eu não devia viver dentro de uma canção de amor.
Dessas onde todas as árvores estão mortas.
Ou a arder.
E de qualquer maneira me empurram.
Ao morrer.
Para fora da floresta.
* Brad Mehldau Trio (4:23) in ‘The Art of the Trio, Volume 3: Songs’
Monday, November 12, 2007
Dia -746
Sunday, November 11, 2007
Dia -745
Não sei porque é que abri a primeira caixa.
Saturday, November 10, 2007
Dia -744
E num dia em que sinto que as coisas
começam finalmente a mexer-se
que começamos a não ter receio de pensar
e debater...
num dia assim só me lembro desta música.
Adelante!
Friday, November 09, 2007
Thursday, November 08, 2007
Tuesday, November 06, 2007
Dia -741
* Scusa Antonio, ma mio italiano non è molto buono
Sunday, November 04, 2007
Thursday, November 01, 2007
Dia -736
Vou ali.
Entretanto deixo-vos isto:
* Ruy Belo, Elogio de Maria Teresa.
Wednesday, October 31, 2007
Tuesday, October 30, 2007
Dia -734
Uma lâmina de ar
(Joaquim Pessoa)
Sempre gostei deste poema e quando chega o Outono lembro-me sempre de como gosto dele.
Monday, October 29, 2007
Dia -733
No espaço de uma semana, duas pessoas completamente diferentes, por razões radicalmente diversas disseram-me
Sunday, October 28, 2007
Dia -732
Gosto desta mudança da hora.
Gosto mesmo.
E às seis da tarde já estava tão escuro...
está a chegar o Inverno.
Yuuuupiiii!
Saturday, October 27, 2007
Dia -731
Thursday, October 25, 2007
Dia -729
Tengo miedo del encuentro
con el pasado que vuelve
a enfrentarse con mi vida...
Tengo miedo de la noche
que poblada de recuerdos
encadena mi soñar...
Hay cosas que sólo suenan bien en castellano.
Hoy este blog celebra dos años.
Aquí me encuentro con todos mis días pasados.
Quizás el pasado no sea importante.
Pero... mirar a esos días es como volver.
Volver al pueblo.
A los pequeños lugares donde hemos nacido.
Nacemos casi todos los días
(nos quedamos muertos, en todos los otros)
aunque no nos demos cuenta.
Pero a veces tenemos que volver.
A los días pasados.
A esos días mismos
en que hemos nacido.
Una y otra vez.
Wednesday, October 24, 2007
Tuesday, October 23, 2007
Dia -727
Às vezes não sabemos se as pessoas
Monday, October 22, 2007
Dia -726
Há gestos
como passares muito devagar
a ponta dos teus dedos
na minha cara demasiado branca
que me fazem querer ficar
para sempre
com as tuas mãos
marcadas
Gestos como o abraço
à porta da casa
que me fazem querer
para sempre
os teus dedos
como gritos de silêncio
apertados contra
as minhas costas cansadas
do peso das coisas
que nunca foram feitas
Há gestos
que se fazem
com as mãos abertas
ou só com ponta dos dedos
exaustos
os teus dedos
exaustos
onde se concentra toda a gravidade
das coisas belas
que me impedem de morrer
Gestos
como acordar de repente
no meio de uma áspera madrugada
tacteando
com os dedos sonolentos
a mesa de cabeceira
para encontrar
uma palavra cheia
cheia
como as tuas mãos
no meu rosto
lentamente
Sunday, October 21, 2007
Saturday, October 20, 2007
Momento de Intervalo...
a esta corrente que a Rosário do Divas&Contrabaixos me lançou:
1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2ª) Abra-o na página 161;
3ª) Procurar a 5ª frase completa;
4ª) Postar essa frase em seu blog;
5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6ª) Repassar para outros 5 blogs.
Ora então, eu tenho uns 10 ou 12 livros em cima da mesa de cabeceira. No trabalho tenho mais uns 10 ou 12 livros em cima da secretária. Mas pego num dos da mesa de cabeceira e aqui vai:
1. Bill Bryson - Na Terra dos Cangurus, Lisboa: Quetzal Editores (edição portuguesa de 2003)
2. Ok
3. Ok
4.O problema de Adelaide, ao que parece, é geográfico. A cidade situa-se na orla errada da Austrália civilizada, longe dos vitais mercados asiáticos e sem nada adjacente a não ser uma grande quantidade de nada. Para norte e para oeste ficam uns milhões de quilómetros quadrados de deserto queimado; para sul, nada a não ser o mar aberto até à Antárctida. Só para leste existem algumas cidades, mas até mesmo Melbourne fica a 720 quilómetros de distância e Sydney quase a 1600.
5. De facto, creio que não escolhi. A melhor frase. Ou sequer o melhor livro do Bill Bryson. Que isso do melhor livro entre todos os livros que já li e hei-de ler, seria uma tarefa difícil, para não dizer impossível. Gostava de conhecer a Austrália. A seu tempo lá irei, suponho.
6. Esta parte é a mais difícil. As pessoas cujos blogs gosto de ler não gostam muito de correntes (destas, pelo menos). Ainda assim passo esta corrente à Fátima, porque tem bom gosto e não lê os dicionários de Desordens Mentais; ao Luís (que vai protestar imenso e, provavelmente, não responderá); ao Bagaço Amarelo (que não vai compreender possivelmente, dado que a corrente lhe é lançada por uma mulher); ao Joaquim (porque poderíamos ter uma conversa como esta na esplanada mais bonita de Lisboa) e ao Bruno (porque provavelmente me responderá com uma frase do Murakami. Ou do Beck, noutro registo).
E lamento estar a ler uma coisa tão pouco poética, pour l'instant.
Dia -724
as palavras que espero
são ditas.
Os gestos que inventei
são feitos.
Os olhares que procurei
existem.
Mas a boca, os dedos, os olhos
não são os certos.
Ou talvez seja só o tempo.
Tenho pensado,
quando ainda me ocupo de pensar,
que sou eu
a desarrumada.
Que tudo o resto está certo.
Quando acontece.
Está tudo certo.
É tudo verdade.
Menos eu.
Friday, October 19, 2007
Dia -723
Os blogs de Elisa são muitos para uma pessoa só, estou a falar de mim.
Num deles faz uma contagem decrescente ou crescente,
nem vou verificar porque me pareceu inquietante.
*Ela, por ser delicada, não lhe chama assim.
E sim, é melhor não verificar se a contagem é crescente ou decrescente porque até a mim me inquieta.
Thursday, October 18, 2007
Wednesday, October 17, 2007
Dia -721
*Da série disponível no You Tube: Tales of Mere Existence (thanks Kika)
Tuesday, October 16, 2007
Dia -720
procurei-te na luz, no mar, no vento.
*extracto do pequenino poema Biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen
Monday, October 15, 2007
Sunday, October 14, 2007
Dia -718
Os anjos que conheço são de erva e de silêncio.
António Ramos Rosa
Saturday, October 13, 2007
Dia -717
Devias estar aqui rente aos meus lábios
- Eu vi a terra limpa no teu rosto,
Eugénio de Andrade
*tenho. este não é o nome do poema. são mesmo só saudades tuas.
Friday, October 12, 2007
Dia -716
"Sexta-feira à noite
Os homens acariciam o clitóris das esposas
Com dedos molhados de saliva.
O mesmo gesto com que todos os dias
Contam dinheiro, papéis, documentos
E folheiam nas revistas
A vida dos seus ídolos.
Sexta-feira à noite
Os homens penetram suas esposas
Com tédio e pénis.
O mesmo tédio com que todos os dias
Enfiam o carro na garagem
O dedo no nariz
E metem a mão no bolso
Para coçar o saco.
Sexta-feira à noite
Os homens ressonam de borco
Enquanto as mulheres no escuro
Encaram seu destino
E sonham com o príncipe encantado.”
Marina Colasanti
Obrigada, João.
Thursday, October 11, 2007
Dia -715
*Realizou Lulu on The Bridge, Blue in the Face e Smoke (todos altamente recomendáveis). Escreveu muitos livros. Os meus preferidos são A Música do Acaso, A Solidão Reinventada e A Trilogia de Nova Iorque.
Wednesday, October 10, 2007
Dia -714
Há muitos anos que vou sozinha ao cinema e ao teatro. E gosto. As companhias interrompem o sossego. Estragam tudo. Uma pessoa sai do lusco-fusco da sala, de olhitos piscos, e leva logo com uma bateria de perguntas parvas. As companhias, em regra, dão muitas gargalhadinhas. Parecem galinhas cacarejando furiosamente. Têm necessidade de acabar com a ficção. Querem a realidade de volta. Custa-lhes o silêncio. Eu gosto do silêncio.
(Ana de Amsterdam)
Alguém, enfim, me compreende.
Alguém que deve fazer uma expressão semelhante à minha
se, por acaso, tem a (in)felicidade de encontrar um conhecido,
à saída do cinema, do teatro, do concerto,
que pergunta, com ar incrédulo: então? vieste sozinha?
Tuesday, October 09, 2007
Dia -713
alguém que começo a conhecer
(de certeza: não existe)
alguém a quem me liga mais do que supus
(eu digo: não suponho)
por exemplo
a dor
a morte
o riso
(um dia: o esquecimento)
fala
(me)
assim
do silêncio
Eppure io credo se chi fosse un po' più di silenzio,
se tutti facessimo un po' di silenzio, forse qualcosa potremmo capire *
sim
se
(ao menos)
pudéssemos fazer um pouco mais de silêncio
(todos nós)
compreenderíamos
(certamente)
qualquer coisa nova
ou diferente
mas não
fizemos deste ruído
(dentro)
o nosso hábito
e não compreendemos
(quase)
nunca
nada
*fala de La vocce della luna, o último filme de Frederico Fellini.
E, no entanto, eu acredito que se houvesse um pouco mais de silêncio, se todos fizéssemos um pouco de silêncio, talvez pudéssemos compreender alguma coisa
Monday, October 08, 2007
Dia -712
mas, pelo sim pelo não, digo outra vez:
odeio comédias românticas*!
*bolas, que xaropada. E nada daquilo acontece na vida das pessoas mais ou menos normais... isto vem a propósito de ter ido ver uma comédia romântica: No Reservation (de Scott Hicks). Claro que saí de lá a lamentar que na minha vida não apareça um cozinheiro tão simpático e amoroso e romântico como o Aaron Eckhart. Bom, sim, claro... têm razão... eu também não sou a Catherine Zeta-Jones.
Pois. Deve ser isso. Bah.
Sunday, October 07, 2007
Dia -711
O lado mais sangrento de Grindhouse*. Delirante.
Os diálogos são ainda mais geniais que em Death Proof.
A banda sonora é que nem por isso...
* Grindhouse é o projecto duplo de Quentin Tarantino (Death Proof) e Robert Rodriguez (Planet Terror). Grind-House Theaters eram (são?) salas de cinema típicas das cidades do interior dos EUA (entre os anos 50 a 80) com sessões contínuas de filmes, geralmente de baixo orçamento, extremamente violentos ou de natureza marcadamente sexual (ou, ainda melhor, uma mistura de ambos).
Saturday, October 06, 2007
Dia -710
Se um dia me aproximar de ti
Não penses que é só um flirt
Não julgues que é um filme
Que já viste em qualquer parte
Pensa bem antes de agires
Evita ser imprudente
Faz a carta do meu signo
E vê à lupa o ascendente
Tem cuidado e tira a teima
Vê aquilo que sou
Tem cuidado e tira a teima
Vê aquilo que sou
Tu não sonhas ao que venho
Não sabes do que sou capaz
Eu dou tudo quanto tenho
Não funciono a meio gás
Vem sentar-te à minha frente
E diz-me o que vês em mim
Não respondas já a quente
Pondera antes de dizer sim
Tem cuidado e tira a teima
Porque aquilo que sou fere, rasga e queima
Tem cuidado e tira a teima
Porque aquilo que sou fere, rasga e queima
Diz-me diz-me se vês o granito
Onde a cidade, os grandes temas
Diz-me se vês o amor infinito
Ou somente um par de algemas
Tem cuidado e tira a teima
Vê aquilo que sou
Tem cuidado e tira a teima
Vê aquilo que sou
Clã - Tira a teima
Friday, October 05, 2007
Dia -709
está velha, coitadinha.
Faz 97 anos.
Felicitaciones!
Antes uma República velha
que uma nova monarquia!
Thursday, October 04, 2007
Dia -708
O Antonio escreveu-me a contar que atravessou a Hungria, passou pela Croácia, pela Eslovénia até que finalmente chegou a Itália, num comboio de meditação. Ou num meditativo comboio.
Eu, que também gosto de comboios, fiquei absolutamente rendida a esta imagem.
Já tinha os pensativos cigarros. Faltavam-me os meditativos comboios.
Wednesday, October 03, 2007
Dia -707
Não viver em Portugal tem a incontornável vantagem de não viver em Portugal
Em Portugal não se passa nada que me interesse. Aparentemente nada em Portugal me interessa se descontar a língua, a família e poucas pessoas que ora vejo, ora deixo de ver.
*mas sem o mesmo belíssimo grafismo e a apurada banda sonora, claro!
Cliquem nas frases, por favor.
Também no Peão
Tuesday, October 02, 2007
Dia -706
Ao almoço, pergunta-me:
Monday, October 01, 2007
Dia -705
Uma senhora espanhola, aí dos seus cinquenta anos,
A conversa foi em bom (mau) portunhol, que me abstenho de aqui reproduzir.
Sunday, September 30, 2007
Dia -704
Bolas! Dia 26 levantei-me às 5 e meia da manhã. O que já de si é uma violência.
Cheguei ao destino às 24h. Depois de 2 voos. Umas quantas horas de espera e um autocarro.
Tudo somado dá 18h e meia de viagem.
A seguir 2 dias intensos de congresso. A começar às 9h. Praticamente sem intervalos.
Com jantares até às tantas.
A falar inglês e espanhol e italiano e francês e português e a certa altura a misturar tudo.
Ontem depois de me ter levantado às 8 da manhã, de um autocarro, de um voo e de um comboio, cheguei a casa às 22h.
Estou de rastos. Cheia de stress. Doem-me as costas. Estou com tonturas.
Esta vida, ainda que animada, é uma tortura!
Não tenho intenções de voltar a sair de Aveiro antes do fim do mês.
É uma dificuldade para ir a qualquer parte do mundo. É demorado. É caro.
Porque raio não vivo eu na Bélgica ou assim num desses países mais no centro da Europa?
PS - A Hungria e a maior parte dos húngaros continua
(tal como achei há 2 anos atrás, quando lá passei duas semanas, mais tranquilas)
a precisar de polimento.
Wednesday, September 26, 2007
Dia -700
Tuesday, September 25, 2007
Dia -699
Eu é que não tenho estatura para esta merda a que chamam política!
(E mais informo que nem sequer tenho simpatia por nenhum dos senhores em causa, nem por praticamente nenhum dos militantes do seu partido. Excepto o Pacheco Pereira. Mas esse é um tipo com coluna vertebral. O que para a política não conta, já se vê)
Monday, September 24, 2007
Dia -698
Já não falava com ela há alguns dias e assim peguei no telefone e marquei o número. Ela atende e diz-me oh amiga! Estás boa? E eu que sim, que estou mas e ela? Porque razão tem ela aquela vozinha sumida e rouca? Ah estive afónica dois dias... não conseguia mesmo falar... e eu: o quê??? Então estiveste afónica e nem me disseste nada??
A seguir vou à varanda fumar um cigarro e lá em baixo, na rua, num dos placards de publicidade deparo-me com o seguinte anúncio Dia xpto concerto do Padre Luís Borga e sua Banda Larga*.
Estive 3 ou 4 segundos para perceber que o anúncio não referia a largura ou o comprimento da banda.
Isto não é normal, pois não?
* Borga é um nome surreal para um padre, não acham? Bom, aquilo aconteceu depois de ter estado umas horas a ler em inglês sobre boadband penetration e narrowband penetration e o digital divide e o raio que me parta!
Sunday, September 23, 2007
Dia -697
há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
(Al Berto)
Saturday, September 22, 2007
Dia -696
Peço desculpa, mas eu interpreto esses gestos obscenos como uma ofensa ao frigorífico.
Porra que já não se pode ser frio e estar sossegadinho com o motor a ronronar baixinho, sem que venha um gajo qualquer a querer saltar-nos para cima??
Este foi o meu comentário a propósito deste post,
baseado numa notícia do Jornal de Notícias, do divorciado que não compreende as mulheres.
Thursday, September 20, 2007
Dia -695
Momento de Intervalo...
que depois de ter estado hoje com alguns dos meus alunos admito,
*especialmente do meu aluno-ex-preferido... que deixou de usar o título no dia em que descobri que ele vestia aquelas fatiotas inenarráveis, pretas e cheias de um significado qualquer que eu não compreendo muito bem... é que sendo ele uma daquelas boas pessoas, difíceis de encontrar, não estava à espera que fosse adepto de carneiradas deste género ;-P .
Dia -694
as pessoas se preocupem demais com o amor*.
já senti a extrema alegria de me apaixonar (muitas vezes)**.
* Falo do amor romântico. Não do amor num sentido mais hum... universal?
**Apesar de ter dificuldade em gostar de pessoas... eu sou como aquele standard de jazz... I fall in love to easily, I fall in love to fast. E desapaixono-me exactamente com a mesma facilidade e rapidez. É uma limpeza, digamos.
***Não é que nos outros casos não fosse verdade no momento em que a palavra foi proferida. Mas era uma verdade frágil. Dessas que se desmoronam ao mínimo sopro. Os três ou quatro casos em que foi absolutamente verdade. É porque continua a ser absolutamente verdade o que eu senti em todos os momentos em que, nesses casos, proferi tal palavra.
Wednesday, September 19, 2007
Dia -693
Boas notícias hoje.
*Eu também me chamo Elisabete, para quem não saiba. A Elisabeth e eu formamos uma equipa do tipo Dupond&Dupont para as questões do turismo rural.
** Antes que alguém se lembre de me atirar que estou apaixonada, devo esclarecer que não estou.O Antonio é um senhor bastante mais velho que eu, muito feliz com a sua mulher e os seus filhos.É uma pessoa deslumbrante, de facto, mas por toda uma outra série de razões que não envolvem a paixão.Apenas o encantamento de encontrar uma pessoa de quem gostamos (e acreditem que isso, no meu caso, é muito pouco frequente).
Tuesday, September 18, 2007
Dia -692
«There is only one [television] network in Norway and it is stupefyingly bad. It's not just that the programmes are dull, though in this respect they could win awards, but that the whole thing is so wondrously unpolished. Films finish and you get thirty seconds of scratchy white circles like you used to get when your home movies ran out and your dad didn't get to the projector fast enough, and then suddenly the lights come up on the day's host, looking faintly startled, as if he had been just about to do something that he wouldn't want the nation to see. [...] The best that can be said for Norwegian television is that it gives you the sensation of a coma without the worry and inconvenience.»
(Capítulo 2 - Hammerfest)
It's interesting to note that the French have had this reputation for bad driving since long before the invention of the internal combustion engine. Even in the eighteenth century British travellers to Paris were remarking on what lunatic drivers the French were, on "the astonishing speed with which the carriages and people moved through the streets ... It was not an uncommon sight to see a child run over and probably killed." I quote from The Grand Tour by Christopher Hibbert, a book whose great virtue is in pointing out that the peoples of Europe have for at least 300 years been living up to their stereotypes. [...]»
(Capítulo 4 - Paris)
«The brochures [in the town of Spa] were all for places with non-nonsense names like The Professor Henrijean Hydrology Institute and The Spa Therm Institution's Department of Radiology and Gastro-Enterology. Between them they offered a bewildering array of treatments that ran from immersion in 'natural carbogazeous baths' and slathering in hot and gooey mudpacks, to being connected to a free-standing electrical sub-station and briskly electrocuted, or so it looked from the photograph. These treatments were guaranteed to do a number of things I didn't realize it was desirable to do - "dilate the dermal vessels", "further the repose of the thermoregulatory centres" and "ease periarticular contractures", to name but three.
I decided without hesistation that my thermoregulatory centres were reposed enough, if not actually deceased, and although I do have the occasional periarticular contracture and pitch forward into my spaghetti, I decided I could live with this after seeing what the muscular, white-coated ladies of the Spa institutes do to you if they detect so much as a twinge in your particulars or suspect any backsliding among the dermals. The photographs showed a frankly worried-looking female patient being variously covered in tar, blown around a shower stall with a high-pressure hose, forced to recline in bubbling copper vats and otherwise subjected to a regimen that in other circumstances would bring ineluctably to mind the expression "war crimes". [...]»
(Capítulo 6 - Bélgica)
«It should have been written into the armistice treaty at the end of the [second world] war that the Germans would be required to lay down their accordians along with their arms.»
(Capítulo 9 - Aachen e Colónia)
«I love the way Italians park. You turn any street corner in Rome and it looks as though you've just missed a parking competition for blind people. [...] Romans park their cars the way I would park if I had just spilled a beaker of hydrochloric acid on my lap. [...]
Italians will park anywhere. All over the city you will see them bullying their cars into spaces about the size of a sofa cushion, holding up traffic and prompting every driver within three miles to lean on his horn and give a passable imitation of a man in an electric chair. If the opening is too small for a car, Italians will decorate it with litter [...]
Italians are entirely without any commitment to order. They live their lives in a kind of pandemonium, which I find very attractive. They don't queue, they don't pay their taxes, they don't turn up for appointments on time, they don't undertake any sort of labour without a small bribe, they don't believe in rules at all. [...]»
(Capítulo 13 - Roma)
(Capítulo 15 - Florença)
«The people of McDonald's need guidance. They need to be told that Europe is not Disneyland. They need to be instructed to take suitable premises on a side street and given, without option, a shop design that is recognizable, appropriate to its function and yet reasonably subdued. It should look like a normal European bistro, with perhaps little red curtains and a decorative aquarium and nothing to tell you from the outside that this is a McDonald's except for a discrete golden-arches transfer on each window and steady stream of people with enormous asses going in and out of the door. While we're at it, they should be told that they will no longer be allowed to provide each customer with his own weight in styrofoam boxes and waste paper. And finally they have to promise to shoot Ronald. When these conditions are met, McDonald's should be allowed to operate in Europe, but not until.»
(Capítulo 19 - Áustria)
*mais vale ler na língua original, sem qualquer dúvida, estas e outras pérolas de Bill Bryson em Neither Here Nor There, ou seja em Nem aqui, nem ali,
o livro que ontem (hoje) às 6 e meia da manhã acabei de ler,
no meio de sonoras gargalhadas.
Estas pérolas na língua em que foram escritas foram retiradas daqui.
Bom proveito
Monday, September 17, 2007
Dia -691
«A meu ver, o único animal de estimação possível é a vaca. As vacas amam-nos. São inofensivas, têm bom aspecto, não precisam de um caixote para defecar, mantêm a erva controlada e são tão confiantes e estúpidas que não se pode senão abrir-lhes o coração. No lugar onde vivo, no Yorkshire, existe uma manada de vacas ao fundo da vereda. Podemos encostar-nos a um muro a qualquer hora do dia ou da noite que, passado um minuto, todas as vacas virão a balançar-se e ficarão junto de nós, demasiado estúpidas para saberem o que fazer a seguir, mas felizes só por estarem connosco. Tanto quanto sei, ficariam ali o dia todo, possivelmente até ao fim dos tempos. Escutarão os nossos problemas e nunca pedirão nada em troca. Serão nossas amigas para sempre. E quando estivermos fartos delas, podemos matá-las e comê-las. Perfeito.»
Bill Bryson - Nem aqui, nem ali - a Europa de Estocolmo a Istambul, Quetzal Editores.
* ou: em vez de um (a) companheiro (a) arranja mas é uma vaca.
Sunday, September 16, 2007
Dia -690
Acho que nunca vos tinha dito que gosto muito de ler o Bill Bryson.
*De Bill Bryson, já li e recomendo Made in America, Crónicas de uma pequena Ilha, Notas sobre um país grande, Por aqui e por ali, Breve História de quase tudo e agora estou a terminar Nem aqui, nem ali. Faltam-me Diário Africano e Na Terra dos Cangurus que não consigo encontrar em lado nenhum... :-(
Saturday, September 15, 2007
Friday, September 14, 2007
Dia -688
Muitos anos de vida e de folêgo para esse saxofone.

Thursday, September 13, 2007
Dia -687
E efectivamente, assim à primeira vista (e à segunda e à terceira e...)... era mesmo com este (enquanto Dr. House) que eu podia ser muito feliz.
Talvez a silly season ainda não tenha terminado para mim. Só não percebo é porquê. A realidade já me gritou ene vezes e de ene maneiras diferentes para eu acordar.
Wednesday, September 12, 2007
Dia -686
a revolução avançar a todo o vapor?
É que eu acho que andamos mesmo a precisar!

Tuesday, September 11, 2007
Dia -685
Conheci este ano em Wageningen um senhor italiano magnífico.
Um belíssimo contador de estórias, estilo Nanni Moretti.
Em italiano e tudo.
Uma das estórias que Antonio me contou é assolutamente deliziosa.
Contou-me ele que em 1974, logo a seguir ao 25 de Abril, o
movimento lotta continua fretava voos charter para que os jovens italianos
pudessem vir a Portugal 'ver' a revolução.
E eles lá vinham, lá viam e lá regressavam a Itália.
Alguns aprendiam as canções de intervenção portuguesas.
Outros, a maioria, levavam na bagagem um poster
de um senhor que ninguém parecia saber quem era.
Aliás, o Antonio esbracejando muito dizia-me, no meio da sua estória,
que perguntava a torto e a direito aos seus amigos regressados de ver a revolução:
ma chi è quest'uomo? Ma chi è quest'uomo?
A minha curiosidade crescia, enquanto Antonio me explicava
que o dito poster do dito uomo figurava no quarto de todos
os jovens italianos militantes do lotta continua,
ao lado de figuras como Che Guevara...
e que nenhum deles parecia saber de quem se tratava...
Si... chi era quest'uomo?
Hoje o Antonio, da sua Firenze natale, enviou-me o tal poster
Il uomo era questo:

Sunday, September 09, 2007
Dia -684

... também* podíamos ser muito felizes.
Especialmente eu.
*costumo dizer isto a propósito do Hugh Laurie, na pele de Dr. House. Mas hoje não resisti a esta fotografia... a barba por fazer, a camisa branca, as ruguinhas de expressão... Ai, ai...
Saturday, September 08, 2007
Dia -683
Eu diverti-me. Pronto. E isso chega. Às vezes é tudo o que se pode pedir a um filme.
Entretenimento. Diversão. E uma pitadinha muito pequenina de densidade que,
se eu não fosse a cínica que sou,
reconheceria.
Assim, diverti-me. Pronto.
* Um filme de Adam Shankman, com John Travolta (travestido, imensamente gordo, mas a dançar bem, como sempre), Michelle Pfeifer (muito loira e linda, como sempre, a fazer de má, como raramente), Christopher Walken, Amanda Bynes, Queen Latifah, Nikky Blonsky e muitos mais.
Vejam o trailer aqui.
Friday, September 07, 2007
Dia -682
Uma vez perguntaram-me qual era a minha versão preferida
e eu respondi esta:
é de facto a minha versão de eleição.
Mas assim mesmo: odeio o verão!
Thursday, September 06, 2007
Dia -681
*Laisse tomber les filles é o original (de Serge Gainsbourg, de 1964) de Chick Habit... a fabulosa música de April March, sabiamente integrada na estonteante banda sonora de Death Proof, mais um também estonteante filme de Quentin Tarantino.
Wednesday, September 05, 2007
Dia -680
que estou absurdamente constipada
(serei talvez uma das raras pessoas que se constipa quando passa do frio para o calor, não?),
acho que ainda devia estar de férias.
Será depressão pós-férias a minha constipação?
Tuesday, September 04, 2007
Dia -679
E por agora chega-me a verdade do paracetamol.
*sim, sim, toda a gente sabe que foi assim que Álvaro de Campos começou um poema.
Assim e a espirrar até à metafísica e com o dia perdido cheio de se assoar.
Monday, September 03, 2007
Dia -678
Dizem que não há lugar como a nossa casa.
Sim. Não há. E eu gosto tanto da minha.
Mas tenho saudades da Holanda.
De Delft. Sobretudo de Delft.
E do Alto Jazz Club em Amesterdão.
E dos girassóis do Van Gogh.
E assim.
Não há lugar como a nossa casa.
Há só outros lugares que gostávamos de ter mesmo perto de casa.
Monday, August 27, 2007
Dia -671
(Ian McEwan Amesterdao, Ediçoes Gradiva, p. 168)
Sunday, August 26, 2007
Dia -670
*Nome de um quadro (magnífico) de J. Vermeer, exposto no Mauritshuis em Haia.
Friday, August 24, 2007
Dia -668
Saturday, August 11, 2007
Wednesday, August 08, 2007
Sunday, August 05, 2007
Dia -649
Pensando bem, é melhor guardarmos isto lá mais para Outubro.
* Jorge Palma
Saturday, August 04, 2007
Dia -648
uma das únicas coisas boas do Verão (que eu tanto odeio e tu adoras)
são os concertos de jazz nos jardins ou nos parques.
Como o de hoje, em Serralves, pelo sexteto Strada de Henri Texier.
Magnifique.
Friday, August 03, 2007
Thursday, August 02, 2007
Wednesday, August 01, 2007
Tuesday, July 31, 2007
Dia -644
-Queria pagar, se faz favor
*Esta simpatia toda, porém, não me fez esquecer. Seriam 14 anos hoje. Se...
Thursday, July 26, 2007
Dia -639
*
Exposed on the cliffs of the heart. Look, how tiny down
there,
look: the last village of words and, higher,
(but how tiny) still one last
farmhouse of feeling. Can you see it?
Exposed on the cliffs of the heart. Stoneground
under your hands. Even here, though,
something can bloom; on a silent cliff-edge
an unknowing plant blooms, singing, into the air.
But the one who knows? Ah, he began to know
and is quiet now, exposed on the cliffs of the heart.
While, with their full awareness,
many sure-footed mountain animals pass
or linger. And the great sheltered birds flies, slowly
circling, around the peak's pure denial.- But
without a shelter, here on the cliffs of the heart...
Rainer Maria Rilke
*excerto de composição de Terry Winter Owens, interpretada por Francisco Monteiro
Tuesday, July 24, 2007
Dia -637
Menos frequente é admitir que não entendemos os outros.
E ainda menos frequente é querermos, realmente, entendê-los.
Acho que andamos, todos, frequentemente, a perder alguma coisa.
* Kings of Convenience, que me foram dados a conhecer pelo Carlos. Obrigada.
Monday, July 23, 2007
Dia -636
Sunday, July 22, 2007
Saturday, July 21, 2007
Dia -634
Alguém que visita um dos meus blogs, fá-lo a partir de uma terra chamada Amor.
Eu já fui a Amor, por causa do nome.
Fica perto de Leiria.
É um nome bonito para uma terra. Amor.
*desenganem-se aqueles que pensaram que eu me tinha tornado patriota de repente.
Ça m'arriverai pas.
Friday, July 20, 2007
Thursday, July 19, 2007
Dia -632
só. sempre. sobre. o. amor. e. a morte.
não. provavelmente escreve-se. sobre o medo. do amor. e da morte
Wednesday, July 18, 2007
Tuesday, July 17, 2007
Dia -630
Mas fui ao teu blog e lembrei-me.
Muitos Parabéns Paulo.
(parece que tens coisas para me contar hein? Conta... conta... conta... ;-))
Monday, July 16, 2007
Dia -629
O meu boneco, imensamente favorecido - por João Tavares
Se eu fosse um desenho animado, era certamente uma figura simpática como esta. Só faria coisas boas. Nunca me arrependeria de nada. Teria um ganchinho permanente a segurar-me a franja e um jornal debaixo do braço, onde se leriam apenas notícias extraordinárias. Se eu fosse um boneco animado a minha vida seria mais verdadeira. E eu muito melhor pessoa. Pelo menos, não teria medo.
* Louis Armstrong (2:27) in 'Hello Dolly'
*ou o estado de desinspiração em que me encontro.
Sunday, July 15, 2007
Saturday, July 14, 2007
Dia -627
No mínimo, um filme que escapa à silly season cinematográfica.
Por vezes a violência da vida ou lá o que é, faz-nos querer mudar.
De vida. Ou lá o que é.
* um filme de Karen Moncrieff, com a esplêndida Toni Collette e também com Piper Laurie, Giovanni Ribisi, Mary Steenburgen, Mary Beth Hurt, Nick Searcy, Marcia Gay Harden, Kerry Washington, Brittany Murphy
Friday, July 13, 2007
Dia -626
Os troncos das árvores doem-me como se fossem os meus ombros
Doem-me as ondas do mar como gargantas de cristal
Dói-me o luar como um pano branco que se rasga.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Thursday, July 12, 2007
Dia -625
Tenho o prédio rodeado de andaimes. Envolto numa rede fina.
Wednesday, July 11, 2007
Dia -624
Tuesday, July 10, 2007
Dia -623
- Então e tu? De que clube és? Do benfica ou do sporting?
- Não sou de clube nenhum.
- ?!?? como?!?? Todos os portugueses têm um clube!
Então é isso!
Ou é por isso!
Monday, July 09, 2007
Dia -622
só nos temos a nós mesmos - este mundo, com as suas leis, não nos dá mais nada. Não deixaremos nada para trás quando morrermos: nada para além da nossa memória»
(da peça de Athol Fugard Sizwe Banzi Morreu, encenada por Peter Brook, no
Festival de Almada, 7/7)
Friday, July 06, 2007
Dia -619
Thursday, July 05, 2007
Dia -618
cuja resposta devia vir antes de ser necessário formulá-las.
Esta por exemplo:
what can one do when a love affair is over?
Wednesday, July 04, 2007
Tuesday, July 03, 2007
Dia -616
«Tu devias viver dentro de uma canção de amor»
(*Obrigada Alberto)